Apresentação de artigo

No último dia 26/09, durante o IV Seminário de Sociologia Política realizado na Universidade Federal do Paraná (UFPR), os membros do Gecupom/Futebol: Paulo Capela e Lucas Klein, apresentaram o artigo: "Lutas, Combates, MMA e os clubes de futebol brasileiro: a triste história de quando os dirigentes se curvam ao marketing que topa tudo por dinheiro".


O artigo foi apresentado no GT sobre "estudos socioculturais do esporte"

Resumo:
Resumo: O presente artigo tem como objetivo relatar um estudo feito a partir de elaborações de perspectiva histórico-bibliográfica, lidando com um tema que pode ser considerado como novo ao campo de debates da sociologia do esporte. Com o intuito de proporcionar reflexões e apontamentos referentes ao universo das lutas despotivizadas com o futebol empresa, a pesquisa aponta, além de outros aspectos, algumas das principais estratégias de marketing utilizadas para a legitimação dos eventos de artes marciais mistas (MMA) no cenário nacional e internacional. Inserindo, de certa forma, uma nova cultura aos espaços dominados pelos setores da mídia em nossa sociedade.

Palavras-chave: Futebol. MMA. Marketing.

Autores: Lucas Barreto Klein, Lucas Matos Mendonça, Paulo Ricardo do Canto Capela.

Jogo aberto nas políticas públicas para o esporte

Por Raquel Moysés – jornalista

O Vitral Latino-Americano de Educação Física, Esportes e Saúde transpõe as fronteiras da Universidade Federal de Santa Catarina, atuando em uma lógica crítica na área de Educação Física, campo predominantemente dominado por uma lógica de mercado e de uso do corpo humano como mercadoria de trocas financeiras e de obtenção de lucro.  Paulo Capela, professor do curso de Educação Física da UFSC e pesquisador do Vitral Latino-Americano, assessora o projeto “Jogo Aberto” na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.  O trabalho faz parte das atividades do Grupo de Estudos em Cultura Popular e de Movimento (Gecupom), um dos projetos do Vitral Latino-Americano, vinculado ao Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA/UFSC). Ancorado no pensamento crítico-reflexivo, o Gecupom, criado em 2005, atua especialmente em relação ao futebol, esporte ao qual dirige sua principal interlocução teórica e intervenção concreta.
Capela explica que o trabalho pretende contribuir com a elaboração de políticas públicas para o esporte e lazer no Rio Grande do Sul, uma experiência que pode servir de inspiração para outros Estados brasileiros.  A proposta que ele orienta é uma das proposições levadas adiante no Legislativo gaúcho pelo deputado Alexandre Lindenmeyer (PT), autor do Projeto de Lei 52/2012, em tramitação desde março.  O PL propõe instituir uma nova política estadual de fomento à reestruturação dos clubes gaúchos de futebol profissional, reavaliando critérios e qualificando estruturas administrativas. Entre outros aspectos, são previstas ações que estimulem a autoestima das comunidades, através da recuperação da história dos clubes e dos municípios e promoção da inserção social através do esporte.
Jogo aberto surgiu a partir de audiências públicas sobre o futebol do interior do Rio Grande do Sul. Os debates reuniram representantes dos clubes, atletas, árbitros e representantes da Federação Gaúcha de Futebol, imprensa esportiva e governo do Estado, além de várias entidades ligadas ao futebol amador e profissional. O projeto propõe reestruturar os times no Rio Grande do Sul, que abandonaram a lógica do clube associativo para assumir a de clube empresa.  Hoje são cerca de 40 clubes de futebol no Estado gaúcho, alguns deles desativados. O que se pretende, explica Capela, é reconstruir o ambiente esportivo com oferta de salários decentes e pagos em dia; contratação de  bons e atualizados profissionais; atendimento médico de qualidade e alimentação saudável e adequada para os atletas.
Para a implantação de uma política permanente prevê-se que Jogo Aberto conte com um plano estadual (elementos de informação, diagnóstico e estabelecimento de objetivos), um sistema estadual (agentes institucionais incumbidos de cumprir os objetivos) e um fundo estadual (instrumento financeiro para reunir recursos). As verbas poderão vir da administração direta ou indireta, de concursos de prognósticos, de programas de educação fiscal, do televisionamento de jogos ou de publicidade e propaganda de estatais vinculadas a programas de inclusão social.
O projeto inclui a criação, manutenção e ampliação de atividades esportivas para crianças e adolescentes, permitindo a formação de atletas a partir de outra visão social sobre a atividade desportiva. O resgate histórico-cultural deve ser viabilizado através da implantação de núcleos de cultura popular, esporte e lazer, com atividades para crianças, adolescentes, adultos e a chamada terceira idade.
Futebol como política pública
A expectativa dos envolvidos com a proposta é de que a aprovação ocorra em tempo breve na Câmara dos Deputados, já que foi amplamente debatida e ofereceria condições para alavancar o futebol e comunidades envolvidas. O autor do projeto acredita, como declarou à imprensa, que “o futebol tem potencialidade para ser um condutor de ações sociais que recuperem comunidades, devolvendo-lhes o orgulho de torcerem para seu  próprio time  e fazendo os investimentos girarem na própria região".
Já o professor da UFSC considera este seu trabalho de assessoria científica ao projeto gaúcho como a resposta de um filho para sua terra de origem, pois Capela nasceu na cidade de Rio Grande, onde foi professor universitário, jogador de futebol do time da cidade e depois preparador físico, no final dos anos 70 e início dos 80. Ele enfatiza que é preciso qualificar proposições quanto ao tema do esporte e lazer, tendo em conta inclusive a necessidade de debater profundamente os esportes no cenário da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, megaeventos que geram euforia sem, na maioria das vezes, a necessária contrapartida crítica sobre seu impacto e  consequências para o Brasil.
É por isso mesmo que o Instituto de Estudos Latino-Americanos, do qual Capela é o atual presidente, está organizando, para abril de 2012, o seminário internacional Jornadas Bolivarianas, que vai discutir “Megaeventos esportivos e seus impactos na América Latina”. Trata-se da nona edição deste evento que anualmente traz à UFSC respeitados pensadores para debater, em perspectiva latino-americana e mundial, temas ignorados ou debatidos insuficientemente nas universidades.   
Capela enfatiza que as ações já articuladas na cidade de Rio Grande e o que está previsto no projeto Jogo Aberto rompe o continuísmo político, abrindo espaço para uma nova visão do esporte, resultante de um ciclo de trabalho que já se aproxima de uma década.  “Temos uma análise de que nos últimos 30 anos houve uma deterioração de todas as funções do futebol no interior do Rio Grande do Sul, tanto no que refere às questões técnicas como às administrativas, gerenciais, de saúde e de direitos dos atletas. A nossa proposta considera a prática do futebol como uma política pública. A ideia é de atuar como pólo irradiador da cultura esportiva de transformação social, concretizando algo novo, que poderia servir de paradigma para outras experiências.”
O professor explica que o autor do projeto de lei é um advogado trabalhista que se envolveu com o futebol depois de ter sido conselheiro do Esporte Clube Rio Grande, primeiro clube de futebol do Brasil. “Em 2005 comecei a assessorar o clube, para questões de preparação física, em 2006 a assessoria foi ampliada também para a questão técnico-tática e para orientar uma mudança de paradigma na administração do futebol, o que aconteceu em 2007. Foi quando Alexandre assumiu a presidência do clube.”
Foi principalmente por conta de sua atuação nesse campo, avalia Capela, que Alexandre Lindenmeyer acabou sendo eleito vereador em Rio Grande e depois deputado estadual, o primeiro do chamado campo da esquerda oriundo daquela cidade gaúcha. Um dos eixos principais de seu mandato passou a ser esporte e lazer, e Jogo Aberto é resultante de tal opção. Inicialmente este eixo parlamentar foi também assessorado por Nilso Ouriques, professor da Unoesc/SC e autor do livro “A Miséria do Esporte: reflexões sobre as políticas públicas em Santa Catarina”, e, sucessivamente, por Luiz Parise, professor com larga experiência no campo esportivo. 
Esporte na ótica dos trabalhadores
De 2005 a 2007 o ambiente do Esporte Clube Rio Grande foi sendo preparado para uma mudança de modelo, o que consistia em modernizar, profissionalizar e devolver ao controle público o clube de futebol. Entre outras ações atuou-se para que o futebol fosse praticado na ótica dos trabalhadores, buscando-se também a recuperação da história do Esporte Clube Rio Grande. Além disso, foi constituída uma comissão técnico-científica e criado um departamento de saúde, para garantir aos atletas condições dignas para realizarem seu trabalho profissional.
Para que os trabalhadores da cidade voltassem a assistir presencialmente jogo de futebol, uma das iniciativas foi pesquisar o salário médio regional, a fim de se estabelecer um valor de ingresso compatível com a renda das famílias. Com base nos resultados do estudo, fixou-se em cinco reais o valor do ingresso, com isenção para as mulheres e cobrança de preço reduzido, de dois reais, para menores de 12 anos, com a apresentação de carteirinha, estratégia usada para “fidelizar” o futuro torcedor. “Assim, com dez reais a família toda poderia ir ao jogo. Isso foi colocado em prática e, em 2007, o time chegou a ficar entre os oito clubes que disputariam o acesso à primeira divisão. Foi escolhido naquele ano como o futebol mais bonito da segunda divisão”, comenta o professor.
Para Capela, se o esporte for operado na lógica dos trabalhadores, consegue interessar as pessoas relativamente a uma série de temas para os quais não se mobilizam com facilidade. “O que venho pregando há 26 anos é que é preciso dar um trato pedagógico ao ensino do esporte, com uma visão libertadora biocêntrica, a qual recupera o projeto histórico de uma América Latina livre e as teses educacionais de Paulo Freire.” Esta visão biocêntrica, que considera a vida como centro de tudo, tem como inspiração teses de Humberto Maturana e Rolando Toro. Os dois estudiosos chilenos preconizam a necessidade de buscar novas pautas internas para viver, para que o cuidado e a afetividade possam ser vividos e não apenas esperados. 
É nessa visão biocêntrica, esclarece Capela, que se inspira a concepção do lazer criativo: um tempo de fruição da vida que pode potencializar humanidades, entre elas, esclarecimentos quanto ao tema da política. “Minha perspectiva educacional prevê a transformação didática no ensino dos esportes, o que é diferente de se adaptar o que já existe, sem uma mudança de verdade.”
A proposta que Capela defende para o futebol se dá a partir do oferecimento de cinco dimensões educacionais: futebol para jovens e crianças (escolinhas de aprendizagem, escolinhas de base); futebol nas escolas (para esclarecer, fortalecer e emancipar); futebol para adultos não atletas; futebol feminino (totalmente diferente do masculino); futebol para grupos especiais e, finalmente, futebol profissional. “O intuito é de romper com a ótica do desporto do rendimento máximo obrigatório e propor a lógica do lazer criativo. Queremos mostrar como é possível através de uma experiência esportiva gerar vida e recuperar relações sociais, além de promover esclarecimento sobre a realidade profissional e política.”
Foi trabalhando a partir desta perspectiva que, no Esporte Clube Rio Grande, a escolinha de base passou de 60 para 540 crianças incluídas. “E ainda houve uma qualificação do futebol profissional, que conseguiu ganhar praticamente todas as disputas,” observa o professor.   
É este pensamento que nutre a iniciativa do projeto Jogo Aberto, em tramitação na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul.  O projeto de lei está fundamentado no conceito biocêntrico de jogo como possibilidade de humanização e de prazer, a partir de uma concepção que Capela chama de rendimento necessário dialógico comparado. “Dentro desta perspectiva, imprimimos no jogo a ótica do cuidar da vida, do cuidado com o companheiro, para que ele não sofra em consequência do jogo. Através de elaborações teóricas pertinentes pensamos em como construir o que pretendemos alcançar em um contexto cultural adverso de empréstimo, o qual não nos pertence, mas no qual atuamos.”

II Congresso Internacional de Futebol

Sexta-feira, 21 de setembro de 2012
Horário Salão São Rafael
08:00 - 13:00 Credenciamento
13:30 - 14:00 Abertura Oficial
14:00 - 14:30 Palestra – Monitorização, controle e avaliação das cargas externas no futebol mediante tecnologia GPS.
Palestrante: José Carlos Barbero Álvarez (Espanha)
14:30 - 15:00 Palestra – Supercontinente do Futebol: desafio da gestão no mundo globalizado.
Palestrante: Luís Felipe Ximenes (PR)
15:00 - 15:30 Palestra – A modernização metodológica da preparação: categorias de base ao profissional.
Palestrante: Rogério Maia de Brum (PR)
15:30 - 16:00 Palestra – Psicologia do Esporte aplicada ao Futebol: Nas categorias de base e no alto-rendimento.
Palestrante: Juliane Jellmayer Fechio (SP)
16:00 - 16:30 Intervalo
16:30 - 17:00 Palestra – Modelo de Elite do Jogador de Futebol.
Palestrante: Antonio Carlos Gomes (PR)
17:00 - 17:30 Palestra – Aplicação da variabilidade da FC para quantificação e controle do treinamento do Futebol.
Palestrante: José Carlos Barbero Álvarez (Espanha)
17:30 – 18:00 Palestra – Gestão do Departamento de Futebol.
Palestrante: Rodrigo Vila Verde Caetano (RS)
18:00 – 19:00 Palestra – Transição de jogo e suas variantes
Palestrante: Vinícius Eutrópio (SP)
19:00 – 20:00 Mesa – Treinadores de Futebol: a periodização do treinamento. Uma Visão Tática


Sábado, 22 de setembro de 2012
Horário Salão São Rafael Salão Nobre
08:30 - 09:00 Palestra – Padrão das atividades e respostas fisiológicas do futebolista de elite na América do Sul em jogos internacionais.
Palestrante: José Carlos Barbero Álvarez (Espanha)
Palestra – Radicais livres geradas pelo exercício e a importância dos alimentos na defesa do organismo e na recuperação de lesões.
Palestrante: Katiuce Borges (RS)
09:00 - 09:30 Palestra – Uso de vídeos, GPS e acelerômetros na análise de distâncias percorridas no jogo.
Palestrante: Altamiro Bottino (RJ)
Palestra – Alterações da Lei Pelé: clube formador.
Palestrante: Gustavo Koch Pinheiro (RS)
09:30 - 10:00 Palestra – Construindo um Futebol Competitivo: bases para um modelo de formação e um ideal para o alto rendimento.
Palestrante: Thiago Corrêa Duarte (PE)
Palestra – Diretos Econômicos e Investidores no Futebol.
Palestrante: Daniel Cravo Souza (RS)
10:00 - 10:30 Intervalo
10:30 - 11:00 Palestra – Jogando em Diferentes Condições Climáticas: a realidade da copa do mundo no Brasil.
Palestrante: Orlando Laitano Lionello Neto (PE)
Palestra – Agente de Futebol: origem, evolução e perspectiva para o futuro.
Palestrante: Rogério Luiz Braun (RS)
11:00 - 11:30 Palestra – Capacidade Força no Futebol e Direcionamento do Treino.
Palestrante: Marcio Faria Correa (SC)
Palestra – Lei do Incentivo ao Esporte X Categorias de Base no Brasil
Palestrante: Fernando Luis Lima (MG)
11:30 - 12:00 sem atividade nesse sala neste horário Palestra – Sobretreinamento x subrecuperação: a linha tênue entre o máximo e o ótimo.
Palestrante: Altamiro Bottino (RJ)
12:00 - 12:30 Palestra – Aplicação Tática no Futebol Moderno.
Palestrante: René Rodrigues Simões (SP)
sem atividade nesse sala neste horário
12:30 - 13:30 Intervalo para Almoço
13:30 - 14:00 Palestra – A importância do retreinamento no calendário anual do futebol brasileiro.
Palestrante: Élio Carravetta (RS)
SIMPÓSIO DE MEDICINA DO FUTEBOL
Organização do Departamento Médico: do clubes a seleção brasileira.
Objetivos da Comissão Nacional de Médicos do Futebol.
Palestrante: Michael Simoni (RJ)
Estruturação do DM de um Clube de Futebol
Palestrante: André Guerreiro (RS)
Exames Admissionais de Atletas em Clube de Futebol
Palestrante: Serafim Borges (RJ)
Estruturação do DM da Seleção Brasileira
Palestrante: Márcio Tannure (RJ)
Prevenção de Lesões junto ao DM
Palestrante: Fábio Krebs (RS)
Urgências e Emergências no Futebol
Palestrante: Michael Simoni (RJ)
É Possível Prevenir a Morte Súbita no Futebol?
Palestrante: Serafim Borges (RJ)
Medicamentos / Equipamentos necessários para um DM
Palestrante: Márcio Tannure (RJ)
14:00 - 14:30 Palestra – Divisões de Base - Profissionalização dos Clubes.
Palestrante: Newton Drummond (RS)
14:30 - 15:00 sem atividade nesse sala neste horário
15:00 - 15:30 Palestra – Termografia no controle de treinamento.
Palestrante: Altamiro Bottino (RJ)
Mesa Redonda de Medicina do Futebol
Moderador: Fábio Krebs (RS)
Debatedores: Michael Simoni (RJ)
Márcio Tannure (RJ)
Serafim Borges (RJ)
André Guerreiro (RS)
Luiz Roberto Marczyk (RS)
Alarico Endres (RS)
Márcio Corrêa (SC)
Ivan Pacheco (RS)
Fábio Koff (RS)
René Rodrigues Simões (SP)
15:30 - 16:00 Palestra – Diafragma + músculos inspiratórios: remoção de lactato, aumento do volume pulmonar e ganho de desempenho.
Palestrante: Altamiro Bottino (RJ)
Painel – Analise de Casos, Condutas e Situações de Risco em Lesões no Futebol.
Palestrante: Fabrício Duarte (RS)
Prevenção de Lesões no Futebol:
Uma visão Contemporânea.
Palestrante: Tulio Cezar Ramos de Menezes (RS)
Interatividade na recuperação de atletas.
Palestrante: César Abs De Agosto (RS)
16:00 - 16:30 Palestra – As variáveis que influenciam no processo de formação de base no futebol Brasileiro.
Palestrante: Próspero Paoli (MG)
16:30 - 17:00 Intervalo
17:00 - 17:30 Palestra – Controle do Desempenho para o Alto Rendimento no Futebol
Palestrante: Thiago Corrêa Duarte (PE)
Colóquio – A Interatividade entre Preparação Física, Nutrição, Fisioterapia, Medicina e o Treinador.
Palestrantes: César Abs De Agosto (RS)
Fabrício Duarte (RS)
Tulio Cezar Ramos de Menezes (RS)
17:30 - 18:00 Palestra – Calendário Desportivo e sua Influência na Preparação do Futebolista.
Palestrante: Antonio Carlos Gomes (PR)
sem atividade nesse sala neste horário

A greve e o Futebol


by Welton Oda
Texto publicado também pela Associação dos Docentes da UFAM (ADUA) e pelo jornalista Carlos Branco (A Crítica)

Depois de mais de setenta dias de greve e uma longa história pra contar, talvez seja necessário usar uma comparação que explique, de modo simplificado, um enredo cheio de termos técnicos (desestruturação da carreira, verticalização, malha salarial, steps...) e siglas (MPOG, SINASEFE, CNG, EBTT, MS, IFE, PROIFES, PUCRCE...).

Optemos pois por caminho diverso, pegando um atalho e deixando pra trás as siglas e termos técnicos. Comparemos, pois, o processo de negociação entre os professores universitários em greve e o Governo Federal, a uma partida de futebol. Neste jogo, o Governo, além de ser um dos times, pretende ser o juiz e, com isso, formular as regras. Segundo as normas que propõe para o jogo, por exemplo, alguns jogadores do seu time podem atuar na partida vestidos com a camisa do time adversário. A duração da partida será variável e de acordo com a conveniência do juiz.

A partida se inicia e logo os jogadores do Governo vestidos com a camisa dos professores universitários passam para o outro campo e começam uma tabelinha com o time do Governo. Sem ameaçar a seleção dos professores, que apresenta um sistema defensivo bem compacto, os governistas mal conseguem se aproximar do campo adversário. Então tocam bola entre si e, após uma enfadonha troca de passes entre eles mesmos, a equipe governista chuta para o próprio gol. O juiz, que declaradamente é governista, ao invés de computar um gol contra a favor do time dos professores, registra o gol favoravelmente ao time do Governo e aponta o centro do campo, indicando o fim da partida.

Estas são as regras do jogo autoritário com o qual o Governo de Dilma Roussef trata o serviço público brasileiro. A pauta de reivindicações, protocolada no Ministério da Educação (MEC) e no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), em fevereiro deste ano, sequer recebeu, por parte do Governo, qualquer atenção. Ao apresentar suas “contra-propostas”, a equipe técnica responsável por sua formulação, demonstra desconhecer ou ignorar os anseios dos professores universitários.

O papel social dos professores universitários não pode se limitar ao trabalho em sala de aula. É preciso que o MEC reconheça os preceitos constitucionais da Autonomia Universitária e do Direito de Greve, o que, no caso destes profissionais, vai além do direito de reivindicar melhores condições de trabalho. Cabe também ao professor universitário brasileiro o papel de refletir criticamente sobre o modelo de educação superior pública oferecida pelo Estado brasileiro.

Neste processo de reivindicação de melhorias nas condições de trabalho, o Governo Federal tem negado ao professor do ensino superior a voz e o protagonismo que lhe cabem. Com truculência, os Ministros Aloísio Mercadante e Miriam Belchior recusam-se ao diálogo, preferindo utilizar as artimanhas do engodo e do jogo de mídia.

E você? Torce pra que time? Para o time da Educação Pública e de qualidade - como defendem os professores universitários - ou para o time da Universidade Privatizada e sem qualidade, como propõe o Governo?

        

A escolha é sua! O tempo é agora!

Projeto Esportivo Mangueira


Nota de agradecimento 

Prezada Barbara!
Um dos fatos mais relevantes de nossa existência, e diga-se  de passagem,  muitas vezes pouco valorizado, são as relações humanas. É bem verdade que  enquanto seres humanos, muito colaboramos frequentemente nesta relação, pela baixa qualidade, falta de sensibilidade, generosidade e não poucas vezes de educação, fatores que estão diretamente envolvidos nesta característica tão singular e que toma grande parte de nosso tempo.

Mas como toda experiência, tem seu lado bom; não poucas vezes nos deparamos com pessoas que são a antítese de tudo isto; são graciosas, simpáticas, atenciosas e como podemos observar, competentes como você, Samuel e os responsáveis pelos setores do Camp. Mangueira, da Qualificação  Profissional, do Posto Médico, excelentes  pressionais que infelizmente não lembramos os nomes.


Bem, o que gostaríamos de novamente externar é o nosso muito obrigado pelo ótimo atendimento sem agenda marcada, desejando que nosso encontro seja o primeiro de uma parceria envolvendo nossas instituições, pois percebemos que possuímos afinidades no trato de questões que envolvem responsabilidade social, e a valorização do esporte como ferramenta importante na construção da cidadania em nossas comunidades.
           
Um abraço fraterno, agradecidos em nome da “FUNSERG”  ( Fundação Sócio Cultural Esportiva do Rio Grande)

                                                           
Professores Luiz Parise e Paulo Capela.