O futebol e a matemática

"Modelo matemático prevê gols no futebol"

O técnico reuniu o time dois dias antes da partida com o tradicional adversário. Tinha uma importante comunicação a fazer.

- Meus amigos, hoje começa uma nova fase na vida do nosso clube. Até agora, cada um jogava o futebol que sabia. Eu ensinava alguma coisa, é verdade, mas a gente se guiava mesmo era pelo instinto. Isso acabou. Graças a um dos nossos diretores, que é um cara avançado e sabe das coisas, nós vamos jogar de maneira cietífica.

Abriu uma pasta e de lá tirou uma série de tabelas e gráficos feitos em computador.

- Sabem o que é isso? É o modelo matemático para o nosso jogo. Foi feito com base em todas as partidas que jogamos contra o nosso adversário, desde 1923. Está tudo aqui, cientificamente analisado. E está aqui também a previsão para a nossa partida. Eles provaram estatisticamente que o adversário vai marcar um gol aos 12 minutos do primeiro tempo. Nós vamos empatar aos 24 minutos do segundo tempo e vamos marcar o gol da vitória aos 43 minutos. Portanto, não percam a calma. Esperem pelo segundo tempo. É aí que vamos ganhar.

Os jogadores se olharam, perplexos. Mas ciência é ciência; tudo que eles tinham a fazer era jogar de acordo com o modelo matemático.

Veio o grande dia. Estádio lotado, começou a partida, e, tal como previsto, o adversário fez um gol aos 12 minutos. E aí sucedeu o inesperado.

Um jogador chamado Fuinha, um rapaz magrinho, novo no time, pegou a bola, invadiu a área, chutou forte e empatou. Cinco minutos depois, fez mais um gol. E outro. E outro. O jogo terminou com o marcador de 7 a 1, um escore nunca registrado na história dos dois times.
Todos se cumprimentavam, felizes. Só o técnico não estava muito satisfeito:

- Gostei muito de sua atuação, Fuinha, mas você não me obedeceu. Por que não seguiu o modelo matemático?

O rapaz fez uma cara triste:
-
 Ah, seu Osvaldo, eu nunca fui muito bom nessa tal de matemática. Aliás, foi por isso que o meu pai me tirou do colégio e me mandou jogar futebol. Se eu soubesse fazer contas, não estaria aqui, jogando para o senhor.

O técnico suspirou. Acabara de concluir: uma coisa é o modelo matemático. Outra coisa é a vida propriamente dita, nela incluída o futebol.

Moacyr Scliar
Cronica retirada do Livro: O imaginário cotidiano, 2006.

O GECUPOM deseja um feliz 2012 à todos...

"E alerta... cuidado com a ciência que você escolhe..."

FUTEBOL ENGAJADO E ANTICAPITALISTA

Conheça a história do St. Pauli, clube germânico que se posiciona contra o racismo, o fascismo, a homofobia e o machismo em seu estatuto. E, com isso, conta com uma legião de fãs que ultrapassa os limites da Alemanha.
Por Rafael Nardini
O St. Pauli é um time diferente. A equipe alemã da cidade de Hamburgo se declara anticapitalista e antifascista. Encampando bandeiras de movimentos sociais e das liberdades individuais, a equipe expandiu sua fama a partir dos anos de 1980. Desde então, se declara contra o racismo, o fascismo, a homofobia e o machismo em seu estatuto.
Na década de 80, auge das brigas entre torcedores hooligans e dos problemas políticos ocasionados, principalmente, por neonazistas e demais perseguidores das minorias, os torcedores do St. Pauli se uniram num movimento antifascista, houve inclusive o uso da violência. Parte de torcida, que era adepta do fascismo, acabou sendo expulsa na marra, e isto trouxe “novos ares” para o clube, atraindo novos e antigos torcedores para as dependências do estádio Millerntor.
A mitologia foi ganhando mais musculatura com a chegada de movimentos sociais e grupos políticos ligados aos comunistas, anarquistas e a de artistas locais que passaram a torcer pelo time.
Varias pessoas passaram a sair das docas e levar bandeiras com uma caveira e ossos cruzados com as cores do clube. Era uma piada, mas isso se espalhou, se tornando um símbolo de luta entre os pobres (St. Pauli) e os ricos como o Bayern Munich. A luta dos piratas se tornou o símbolo oficial do clube.
A fama dos piratas se espalhou mundo afora, ao todo, são mais de 500 fãs-clubes do St. Pauli espalhados pelo mundo. E apesar de não haver nenhum fã-clube no Brasil, existe um blog oficial (fcstpaulibrasil.blogspot.com) mantido pela designer Luciana Leal, e totalmente escrito em português.
Para os torcedores do time germânico, há valores mais importantes que o futebol e os resultados alcançados em campo. O clube estima ter 11 milhões de sócios na Alemanha e chegou a manter uma média de 15 mil torcedores por jogo enquanto estava na terceira divisão, campeonato com média geral de 200 espectadores. Uma prova e tanto de fidelidade.
O time exerce uma paixão instantânea em quem o conhece. O clube possui a maior torcida feminina de toda a Alemanha, pois foi o primeiro clube a não se preocupar apenas com relatórios de jogos e brigas com torcedores adversários, mas sim, em ter uma agenda política. Isso trouxe um monte de intelectuais e mulheres para o clube. Além disso, o distrito de St. Pauli recebe desde sempre muitos imigrantes que trabalham nas docas do porto local, criando uma aura multicultural na região.
Mais recentemente, o time voltou a ser destaque na imprensa internacional por duas inovações. A primeira foi por relacionar o seu assessor de imprensa como jogador do time para uma partida válida pela primeira divisão da Bundesliga. Em 2011, foi a vez de inovar na apresentação e divulgação do uniforme da equipe, nas imagens apenas os próprios torcedores do time esquerdista: punks, mulheres, jovens tatuados, crianças, homens bastante acima do peso e até cachorros.
Mas nem todos se mostram satisfeitos com esta gestão do clube, desde o ano passado um grupo de torcedores autointitulados “Românticos Sociais” critica a recente instalação de outros 200 lugares na área VIP do estádio. Os torcedores românticos vão aos jogos com bandeiras vermelhas grafadas com os dizeres “Tragam de volta o St. Pauli” outra insatisfação recente do grupo era em relação aos shows de striptease que ocorriam dentro do estádio. Durante as comemorações dos gols da equipe, strippers tiravam peças de roupa. A diretoria acabou cedendo, e não há mais espetáculos eróticos no Millerton... pelo menos não dentro das dependências do estádio.

Em primeira exclusiva como técnico, Guardiola revela segredos do Barça

Técnico abre exceção à Fifa e fala individualmente com jornalista. Influência de Cruyff e importância do meio-campo em seu esquema são destaques do papo

Por GLOBOESPORTE.COM 
 
 
Pep Guardiola durante coletiva do Barcelona (Foto: EFE)
 
 
Pep Guardiola é técnico do Barcelona há três anos e meio. Neste período, jamais concedeu uma entrevista exclusiva. Sua filosofia é a seguinte: se falar individualmente com um jornalista ou meio de comunicação, estará favorecendo alguém. Porém, neste final de ano, ele abriu uma exceção e decidiu falar com o site oficial da Fifa, que não possui ligação com a imprensa.

No papo, ele revela que o holandês Johan Cruyff foi o seu grande mentor. Trabalharam juntos durante seis temporadas e isso trouxe um grande aprendizado. Em outro momento da conversa Guardiola conta como adapta meio-campistas a diferentes posições, caso do volante argentino Javier Mascherano, que costuma atuar na zaga.

Veja os principais trechos da entrevista:


Razão do sucesso
Na verdade, não se trata de nada especial. Em primeiro lugar, o respeito à história deste clube, à trajetória do Barcelona, que é grande em todos os sentidos. Depois, a contratação de bons jogadores e a combinação com uma boa administração das categorias de base para ajudar quem vem de baixo e não ter medo de dar oportunidades no momento certo.

O que fez para obter sucesso tão rápido

Quando cheguei, era um desconhecido para todos. A primeira coisa que pedi dentro do grupo foi confiança, prometendo que as coisas dariam certo e conseguiríamos ir em frente. O principal compromisso com a torcida foi o de que a equipe se esforçaria, correria, jogaria bem e seria motivo de orgulho pelo trabalho mostrado em campo. Afinal, quando vamos ver um espetáculo, não queremos ser enganados. Os torcedores aceitam que se jogue mal, mas odeiam quando um esforço possível não é feito. A partir de então, fomos crescendo como equipe, fizemos mudanças, mexemos em detalhes, mas a ideia é a mesma: atacar, fazer o máximo de gols possíveis e jogar o melhor possível.


Jogadores do Barcelona reconhecem o trabalho realizado pelo técnico Pep Guardiola (Foto: Agência EFE)
guardiola barcelona jogadoras jogam para o alto (Foto: Agência EFE)

Mudanças táticas na temporada
As pessoas falam de tática, mas na realidade a tática são os jogadores. Adaptações são feitas para que as qualidades funcionem melhor para a equipe, mas nada além disso. Quando se fala de tática, é necessário pensar no que o adversário faz e nos jogadores que podem causar problemas. E é claro que o que vem acontecendo nesta temporada tem a ver com a maneira como os rivais nos enfrentam. Com o tempo vamos ficando mais conhecidos, vão criando problemas para nós e é necessário encontrar soluções.

Elenco enxuto
Nunca me preocupei com o fato de ter um plantel enxuto. Tenho confiança absoluta na equipe. Pela minha filosofia, todo problema tem solução. Por isso sempre penso em alternativas para resolver possíveis problemas, seja com os jogadores que temos na equipe de cima ou mesmo com os jovens.

Pep Guardiola comemora classificação do Barcelona (Foto: AFP)                                                                                   Durante os jogos, o técnico deixa a discrição de lado e comemora os gols para valer (Foto: AFP)

Adaptação de meio-campistas a outras posições
O meio de campo é a parte essencial de uma equipe. Os meio-campistas são jogadores inteligentes e que têm de pensar em todo o time. Sabem se sacrificar e são os atletas que precisam compreender mais o jogo. Quanto mais tivermos, mais fácil será fazer a adaptação a outras posições. Com jogadores polivalentes, podemos ter elencos mais enxutos e com mais opções.


Influência de outros técnicos
A influência foi do Cruyff. Estive seis anos com ele, que me deixou grandes conhecimentos. Outro fundamental foi Juan Manuel Lillo. Fui jogador dele somente seis meses em Culiacán, no México, mas nos demos bem e aprendi muito. Ele foi muito generoso e me transmitiu seus conhecimentos.

Fim das concentrações

Ninguém passa um dia trancado em um hotel antes de ir ao trabalho. Queremos que a vida normal seja a mesma: se eles não descansarem, não se cuidarem, vão jogar pior e perder o emprego. Julgo os jogadores pelo trabalho e não pela vida particular. Não sou policial. Às dez da noite estou dormindo e não tenho vontade de controlar os jogadores. Por isso prefiro que estejam em casa com a família e não em um hotel trancados sem nada para fazer. Tentamos utilizar o bom senso. Você queria saber o motivo de resultados tão bons? É o bom senso.

Doutor da democracia

 

Jogador de futebol Sócrates, que faleceu na madrugada do último domingo, deu show também fora dos gramados durante sua vida

Alexandre Fernandez Vaz | alexfvaz@uol.com.br

A morte do ex-jogador de futebol Sócrates deu ponto final não apenas à vida de um astro, mas a uma singular figura pública das três últimas décadas. Seu precoce desaparecimento aos 57 anos, na madrugada do domingo que definiu o Campeonato Brasileiro, e o fato de ter acontecido no momento em que o País é governado por uma aliança em que a esquerda tem forte presença (a Presidente da República participou da luta armada nos anos de chumbo), dá contornos ainda mais marcantes, e talvez trágicos, ao fato. Foi a ingestão de cicuta que matou o filósofo, que a tudo preteriu para seguir a Lei da Cidade; foi principalmente o álcool que envenenou Sócrates, levando-o à fragilidade do corpo e a encontrar a falibilidade da vida. Rebelde contra o governo das coisas no contemporâneo, resistiu o quanto pôde, em vida de artista, boêmio e intelectual, parecendo nunca ter tido medo, nem dos poderosos, nem de si mesmo. Manteve uma atitude inacreditavelmente corajosa, a mesma de sempre, até o último momento. Também por isso vale lembrar o que significou para o Brasil.

Sócrates foi um dos grandes jogadores do Corinthians Paulista, time de maior torcida da cidade de São Paulo, que exatamente no último domingo sagrou-se campeão de um dos mais concorridos torneios brasileiros de todos os tempos. Conhecida como fiel, a torcida do Corinthians vê-se como sofredora, apesar dos significativos êxitos dos últimos 20 anos e de uma existência centenária que não pode ser considerada inglória. Tal sentimento, originário dos 23 anos, entre 1954 e 1977, sem qualquer título, consolidou-se porque permanece a mística de o time chegar à vitória nos últimos instantes da partida. Clube fundado por operários, enraizado nas camadas historicamente excluídas da sociedade, a identificação estrutural e imaginária dos mais pobres com o Corinthians se mantém hoje como orgulho e mola que impulsiona a paixão pelo clube. “Sou corintiano, maloqueiro e sofredor”, diz o coro. Mesmo com a conquista do título, domingo passado foi um dia de tristeza para os torcedores que ao Estádio do Pacaembu levaram faixas e bandeiras para homenagear o “Doutor”.

Em terra onde ser chamado de doutor é importante fator de distinção – quase sempre arbitrária e perversa – Sócrates era assim sinceramente reverenciado pelos torcedores. Doutor na bola, mas também formado médico pela Universidade de São Paulo, foi um jogador incomum pela habilidade em mover corpo e controlar a pelota – mesmo sem grande condição física –, por possuir refinada técnica no passe e na finalização, pela rapidez de raciocínio e ampliada visão de jogo. Capitão do selecionado brasileiro que encantou o mundo na Copa da Espanha, em 1982, mas sucumbiu diante da implacável seleção italiana no episódio que ficou conhecido como Desastre do (estádio) Sarriá, era craque também fora do campo.

Engajamento

Sócrates foi protagonista do movimento pelas Diretas Já, que, no final da ditadura cívico-militar que aterrorizou o País até a metade dos anos 1980, bradava pela recomposição democrática. Com as tornozeleiras amarelas, a cor das Diretas, a participação nas grandes manifestações populares e a promessa de que não se transferiria para o exterior em caso de aprovação da emenda constitucional que reinstituiria as eleições para presidente, esteve na linha de frente do processo.

Mas foi no Corinthians, clube em que brilhou entre 1978 e 1984 com três títulos paulistas e boas campanhas em Brasileiros, que Sócrates corajosamente colocou em prática, de forma mais direta, suas ideias. De alma socialista e um tanto anárquica, liderou, com alguns companheiros, entre eles Wladimir e o hoje comentarista Walter Casagrande Jr., a Democracia Corinthiana, movimento que botou abaixo parte do autoritarismo presente.

Sérgio Buarque de Holanda escreveu nos anos 1930 que a democracia no Brasil sempre foi um mal-entendido. Nessa experiência cultural tão importante para a sociedade brasileira que é o futebol, a marca do autoritarismo frequentemente esteve presente no regime de semiescravidão dos jogadores, na infantilização de suas condutas, na militarização do jogo, no despotismo das decisões administrativas. Eis que Sócrates e seus companheiros, assessorados pelo publicitário Washington Olivetto, instituíram o voto direto para as principais questões do time, inclusive as sobre a pertinência do regime de concentração antes dos jogos. Mais ainda, aproveitando que a Lei passara a autorizar o uso de propaganda nas camisetas dos clubes de futebol, entravam em campo com uma inscrição nas costas que não aludia propriamente a um produto, mas a uma concepção: Democracia Corinthiana é o que se via estampado, até que se proibiu a divulgação da marca, em cada uma das jogadas do Doutor, assim como nos momentos catárticos após os gols, quando os jogadores, em júbilo, como é costumeiro, se juntavam em saltos e abraços. Um jogador de futebol, em meio a uma sociedade autoritária em que muitos se acostumaram a ter medo, podia ser politizado e desobediente. “Ganhar ou perder, mas sempre com democracia”, brandiam os corintianos, o grande craque à frente.

Um dos grandes prazeres da vida é poder lembrar. Pois bem, vi Sócrates em ação, acompanhado de meu pai e de meu irmão, em jogo do Corinthians contra o São Paulo Futebol Clube, time no qual anos depois brilharia seu irmão caçula, Raí (ele sim, um atleta, dizia o mais velho, diferentemente dele, jogador quase por acaso, artista da bola antes de tudo). Foi em maio de 1979, no Estádio do Morumbi, e a criança que eu era ficou fascinada com o gênio que desmontava a defesa adversária com seus minimalistas passes de calcanhar. Anos depois, o adolescente secundarista esteve na manifestação pelas Diretas, na Praça 15, em Florianópolis. Era um orgulho lutar pela democracia e ser de esquerda, como alguns, como Sócrates. Ainda é.

Fonte: A NOTICIA

A experiência com os macacos e o futebol: história para refletir

Por que o treinamento no futebol segue o mesmo modelo de sempre?

Certa vez recebi pela internet uma história interessante, que me permite até hoje utilizá-la em aulas e palestras para construir analogias sobre o universo do futebol, mostrando de forma mais didática as mazelas advindas de uma concepção metodológica mecanicista.

A história relata uma hipotética experiência com macacos, quando um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No meio da jaula, uma escada e sobre ela um cacho de bananas.

Quando um macaco subia na escada para pegar as bananas, os cientistas jogavam um jato de água fria nos que estavam no chão. E isto se repetiu várias vezes.

Depois de certo tempo, compreendendo a ação e reação, quando um macaco ia subir à escada, os outros o pegavam e o enchiam de pancadas, pois ninguém queria mais levar uma ducha de água fria. Com mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.

Então, na segunda fase da pesquisa, os cientistas substituíram um dos macacos por um novo. A primeira coisa que o novato fez foi, logicamente, subir a escada. Mas foi imediatamente retirado dela pelos outros, que o surraram. Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo também não subia mais na escada. 

Na terceira fase do experimento, um segundo macaco foi substituído e o mesmo ocorreu, contudo o mais entusiasta espancador do segundo novato fora o primeiro macaco substituto (como que reforçando aquele pensamento ingênuo e alienado - para me valer de um eufemismo - dos estudantes universitários de segundo ano, quando ainda no século XXI aplicam trotes nos ingressantes).  

Nas fases seguintes, um terceiro macaco foi trocado e a mesma cena se repetiu. Um quarto, e afinal, o último dos veteranos foi substituído.

Os cientistas então, na última fase do experimento, ficaram com um grupo de cinco macacos que mesmo nunca tendo tomado um banho frio, continuavam batendo naqueles que tentassem pegar as bananas.

Logo, se fosse possível perguntar a algum deles porque eles batiam em quem tentasse subir à escada, com certeza a resposta seria: “Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui”.

Agora, vamos às possíveis analogias, pense comigo: Será que é possível trocar os macacos por jogadores, a jaula pela concentração, os cientistas por alguns treinadores e a experiência pelos treinamentos?

Quantos jogadores de futebol que treinaram esta semana sabem por que os treinos foram assim?

Por que os jogadores adquirem determinadas atitudes padrão frente a certas situações? Como que por osmose.

Qual motivo leva um jogador a ser indolente? A ter preguiça de pensar?

Poderíamos dizer qual a razão de um jogador de futebol achar que estudar não é importante? Ou então que a escola não lhe prepara para ser um jogador de futebol.

Claramente, a história nos inquieta e nos leva à reflexão sobre as nossas atitudes. Será que eu sei o motivo de eu ser uma pessoa assim ou assado? Ou seja, tenho plena consciência sobre minhas ações e reações?

Infelizmente, o método tecnicista/mecanicista utiliza exatamente destes subterfúgios, para fazer com seus atletas possam ser controlados, robotizados, automatizados, transformando seres humanos em mortos-vivos.

Na verdade esta experiência comportamental, que reproduz o protocolo Pavlovniano, demonstra como é possível desenvolver o que os behavioristas chamam de reflexo condicionante.

Uma vez condicionados, reverter este processo não é simples, pois a condição reflexa não exige a reflexão. Logo, acostuma-se a não precisar pensar. Tudo já foi pensado. E se antigamente era assim, deve permanecer para todo o sempre.

Agora, acrescente esta discussão sobre condicionamento ao fato dos profissionais envolvidos com o futebol acreditarem piamente que são os melhores do mundo e ponto final.

O resultado é: não faça nada diferente se você quiser entrar e/ou sobreviver neste meio. Nada que assustem aqueles que até sabem que podem tomar uma ducha de água gelada (estes são piores que os que repetem ações sem saber que poderiam levar um banho gelado), e também aqueles repetidores da frase: “Ah! Não sei. Mas sempre foi assim.”

Por isso, não ouse no Brasil dar treino em um período, será tachado de técnico indolente, mesmo que a ciência dê sustentação e segurança para fazê-los.

Não cometa a heresia de exigir que o jogador seja inteligente para jogar futebol. Muito menos diga que você tem conhecimento para ensinar futebol (estou falando sim, em ensinar a jogar bem futebol, formar um craque, extremamente inteligente). Será motivo de chacota. Irão ironicamente chamá-lo de Deus, pois é responsabilidade Dele distribuir o dom para ser jogador de futebol.

Ou então, sendo mais objetivo, nunca diga: “O futebol deve ser administrado por profissionais capacitados e qualificados (não apenas amantes do jogo)”; “Dirigente não pode ser passional”; “Os clubes maiores do Brasil precisam parar de ter mentalidade de clube formador (para o bem e sobrevivência de nosso futebol, além de garantia de desenvolvimento sustentável)”...

Enfim, são muitas as frases e pensamentos no futebol que podem lhe valer uma boa ducha de água gelada.

Macacos se condicionam; seres humanos ingênuos e que não aprenderam a pensar se condicionam; contudo, pessoas críticas, ousadas, inteligentes e com visão de futuro, não se deixam levar pelos condicionamentos operantes e violentos existentes em nossa sociedade como um todo, e especialmente no universo do futebol.

Estes não têm medo de uma ducha gelada. Não são reprimidos pelos outros, mesmo que ao longo de processo precisem a todo o momento se defender corporal e verbalmente.

O prazer em comer a banana é muito melhor que a sensação aprisionante e resignada de ver o alimento e não ter a coragem de subir a escada.

Nota: Infelizmente, como o mundo virtual é ainda uma terra, basicamente, sem lei, a história chegou sem autor, mas com certeza alguém a escreveu, então, que as “águas virtuais” da web lhe seja mensageira de meus agradecimentos pela oportunidade de aprendizado que esta história me trouxe e traz toda vez a releio.

II SEMINÁRIO EDUCAÇÃO DOS CORPOS, CULTURAS, HISTÓRIA

O Núcleo de Estudos e Pesquisa Educação e Sociedade Contemporânea (UFSC/CNPq), juntamente com os Programas de Pós-graduação em Educação e Interdisciplinar em Ciências Humanas da Universidade Federal de Santa Catarina, com apoio da FAPESC, convidam para o II SEMINÁRIO EDUCAÇÃO DOS CORPOS, CULTURAS, HISTÓRIA, que se realizará no Auditório do CDS e no Mini-auditório do CFH da UFSC entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro de 2011. O evento é aberto à comunidade e as inscrições são gratuitas.

 
[PROGRAMAÇÃO]

30.11 - Quarta-feira

18 horas - Abertura - Trajetória, parcerias e relações institucionais do NEPECS na última década
Prof. Dr. Alexandre Fernandez Vaz (UFSC/CNPq); Prof. Dr. Antônio Jorge Soares (UFRJ/CNPq); Prof. Dr. Felipe Quintão de Almeida (UFES); Profª. Dra. Franciele Bete Petry (UFFS).
 
19 horas - Mesa 1 - Corpo, ginástica e iluminismo: raízes européias, Argentina, Brasil
Prof. Dr. Ricardo Crisorio (Universidad Nacional de La Plata, Argentina)
Profª. Dra. Carmen Soares (UNICAMP/CNPq)
Debatedor: Prof. Dr. Alexandre Fernandez Vaz (UFSC/CNPq)
Coordenação: Drnda. Beatriz Albino (DICH/UFSC).
Local: Auditório do Centro de Desportos (CDS/UFSC)


01.12.2011 - Quinta-feira

15 horas - Mesa 2 - Esporte e sociedade: possíveis narrativas 1
Prof. Drndo. Eduardo Galak (Universidad Nacional de La Plata, Argentina)
Prof. Dr. Antonio Jorge Soares (UFRJ/CNPq)
Drnda. Viviane Silveira (DICH/UFSC)
Debatedor: Prof. Dr. Jaison José Bassani (UFSC)
Coordenação: Prof. Dr. Christian Muleka Muwewa (UNISUL)


18:30 horas - Mesa 3 - Dizer do corpo: educação, política, psicanálise
Prof. Ms. Raumar Rodriguez Giménez (Universidad de La República, Uruguai)
Profª. Ms. Vanessa D'Afonseca (PMO-SP)
Debatedor: Prof. Dr. Felipe Quintão de Almeida (UFES)
Coordenação: Drnda. Leani Budde (DICH/UFSC).
Local: Mini-Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH/UFSC)


02.12.2011 -Sexta-feira

9 horas - Mesa 4 - Corpo, arte, epistemologia
Prof. Dr. Valter Bracht (UFES)
Prof. Dr. Felipe Quintão de Almeida (UFES)
Profª. Dra. Franciele Bete Petry (UFFS)
Debatedor: Prof. Dr. Christian Muleka Muwewa (UNISUL)
Coordenação: Prof. Drndo. Fábio Machado Pinto (UFSC).

15 horas - Mesa 5 - Esporte e sociedade: possíveis narrativas 2
Prof. Dr. Norberto Dallabrida (UDESC)
Drnda. Michelle Carreirão Gonçalves (PPGE/UFSC)
Debatedor: Prof. Dr. Antonio Jorge Soares (UFRJ/CNPq)
Coordenação: Profª. Ms. Lisandra Invernizzi (PMF/UFSC).
Local: Mini-Auditório do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH/UFSC)

APRESENTAÇÃO DE TCC

Convidamos à todos para prestigiarem a apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso do Acadêmico: Guilherme Dutra Antunes; Orientado por: Paulo Capela; e Co-orientado por: Lucas Barreto Klein, Membros do GECUPOM/FUTEBOL. A apresentação acontecerá  na próxima sexta feira, dia 25/11 às 09h30min no Auditório do Centro de Desportos da UFSC

RESUMO
OS PRESSUPOSTOS TEÓRICOS E METODOLÓGICOS QUE
DIFEREM O ENSINO DO FUTEBOL EM ESCOLINHAS

Desde seu surgimento, até os dias de hoje, o futebol vem evoluindo e tornando-se uma das modalidades mais praticadas por crianças, jovens e adultos em nosso país. Com base neste fenômeno de grande magnitude no cenário nacional, surgiram as categorias de base e escolinhas de aprendizagem do esporte. Desta forma, essa pesquisa visa primeiramente realizar um resgate histórico da modalidade em questão para compreender como o futebol foi se adequando ao longo dos anos. Em seguida procuramos caracterizar toda a metodologia utilizada para tentar responder a seguinte pergunta síntese: Há diferenças na forma de ensinar o futebol nas escolinhas?. Para isso, realizamos entrevistas com base nos seguintes eixos: 1. Caracterização dos fatos e experiências significativas que forjaram sua concepção de ensino sobre o futebol; 2. Descrição da metodologia de ensino; 3. Elencar e descrever como são elaborados os dilemas educacionais e temas do ensino do futebol em seu trato pedagógico. Num terceiro momento, discutimos os dados levantados a partir das entrevistas, o que nos possibilitou fazer uma analise e uma reflexão a respeito da problemática na qual propomos pesquisar.

Palavras Chave: Escolinhas de futebol, ensino, trato pedagógico .

Palestra: "Gestão e Empreendedorismo"

A disciplina de Gestão, do curso de Educação Física da UFSC promoveu na última semana o 3º ATIVA UFSC com uma programação de 4 dias para tratar o tema “Empreendedorismo e Gestão”, tema oportuno para ser refletido na formação dos acadêmicos de inúmeros cursos das Universidades brasileiras.
Este é um tema que precisa ser entendido a luz de um projeto de sociedade sob pena de ao contrário de esclarecer os acadêmicos, aliená-los apenas aos interesses mercadológicos capitalistas.
Neste sentido, dia 9 (quarta feira) foi proporcionado o diálogo de como o tema da gestão e empreendedorismo vem sendo tratada no comando do futebol e nas políticas de Esporte e Lazer do Estado de Santa Catarina.

Fábio Gomes, vice-presidente do Novo Hamburgo e parceiro do projeto “Jogo Aberto” iniciou o painel. Em sua exposição ele apresentou os dilemas gerenciais a serem enfrentados no cotidiano de um clube de futebol, a fim de promover uma gestão moderna, dinâmica e eficiente.

                                                                                                                                                                

Em prosseguimento, o professor Luiz Parise, assessor do deputado Alexandre Lindenmeyer, expôs o histórico das transformações nas funções das comissões técnico científicas do futebol, destacando os novos cargos; os perfis dos novos profissionais e a exigência da atitude para o futebol interdisciplinar como condição fundamental para o sucesso no futebol.


Encerrando o painel, o professor da UNOESC Nilso Ouriques, mostrou que o empreendedorismo não pode ser pensado fora das conjunturas reais das sociedades, mostrando que o empreendedorismo no mundo esportivo vale-se de verbas privadas e públicas, e que 80% das verbas são públicas, em seguia, Nilso passou a analisar a matriz de financiamento público do esporte em Santa Catarina.

O GECUPOM/FUTEBOL destacou em avaliação do evento a importância deste modelo de atividade para os acadêmicos e, principalmente destacar a presença de jovens, crianças e lideranças públicas nesse modelo de evento universitário que traz ao CDS sua importância sócio-comunitária-popular.



Romário acua Teixeira e secretário da Fifa e chama depoimento de "circo"

Em seu primeiro mandato como deputado federal, Romário (PSB-RJ) atraiu nesta terça-feira (8) os holofotes, ao criticar duramente o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, e o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke. O ex-jogador chamou de “circo” o encontro que visava discutir a Lei Geral para a Copa do Mundo de 2014.

Acuados, os dirigentes evitaram responder ao tetracampeão mundial de futebol, que mostrou
desenvoltura também para alongar seu tempo de fala e cobrar dos colegas uma postura mais crítica. Em vez dos regimentais três minutos, Romário falou por mais de cinco minutos e fez questões duras a Teixeira e Valcke.

A Teixeira, seu desafeto, perguntou sobre uma acordo na Justiça suíça, envolvendo dirigentes da Fifa que teriam recebido subornos e devolvido o dinheiro posteriormente para não terem os nomes revelados. “Se o senhor for um deles, renuncia à presidência da CBF?”, questionou. A Valcke, perguntou: “Como ter como parceiro uma pessoa tão suspeita?”

Teixeira não respondeu, estimulado pelo presidente da comissão especial, Renan Filho (PMDB-AL), que lembrou a necessidade dos convidados de falarem apenas sobre a Lei Geral da Copa - - tema do encontro. Com o semblante fechado, o presidente da CBF foi breve em todos os seus comentários aos parlamentares ao longo de três horas.

Em vez de responder ao deputado do PSB, o presidente da CBF preferiu se referir à fonte das perguntas, o jornalista Andrew Jennings, da BBC. “Ele foi informado por um oficial de Justiça de que eu abri um processo contra ele. Tentei várias vezes fazer isso na Inglaterra, mas não consegui porque ele não tem emprego fixo”, disse.

Pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Romário ironizou o secretário-geral da Fifa, que preferiu não enfrentá-lo. “O meu objetivo e interesse como brasileiro e como deputado federal, legitimado, é diferente do senhor”, disse. “Tenho uma carta do seu presidente, Joseph Blatter, que chama o senhor de chantagista.”

Valcke disse apenas que a carta não era relevante para a Copa do Mundo e que não entrariam em uma discussão com um ídolo do futebol como Romário. O deputado não recuou. “Ele diz que a carta não é importante para Copa do Mundo. É a ele que temos que dar satisfações. O brasileiro tem que saber com quem estamos lidando. Isso é importante para a Copa do Mundo, sim”, disse.

Colegas que acusaram Romário de tumultuar a sessão também tiveram de ouvir ironias. “Eu sou novo aqui e não quero citar ninguém. Mas eu não recebo dinheiro de Fifa, CBF nem da AmBev, só quero dizer isso”, afirmou.

Palestra com Marta Shuare

A Psicóloga argentina Marta Shuare, doutora em Psicologia pela Universidade Lomonósov, em Moscou, autora de inúmeras publicações, tradutora e organizadora de vários livros publicados pelo Editorial Progreso (Moscou),entre eles os vinculados à Biblioteca Psicológica Soviética, estará no Brasil e generosamente aceitou o convite para proferir a palestra intitulada A Teoria Cultural de Vigotski e seus aspectos conceptuais-metodologógicos, no dia 17 de novembro, às 9 horas, no Auditório do CFH.
Essa palestra faz parte das atividades desenvolvidas no Seminário Especial: A Atividade da criança na perspectiva histórico-cultural, oferecido pelo PPGE, na Linha de Pesquisa Educação e Infância.

Liderança: As lições de Mourinho

Não sendo um lançamento tão recente, chegou em nossas mãos através do amigo Luiz Parise, mais um livro em que José Mourinho é ator principal. Depois da edição de: "Mourinho - porquê tantas vitórias", tivemos acesso ao livro de Luis Lourenço juntamente com Fernando Ilharco: "Liderança - as lições de Mourinho" (Editora: Booknomics -  1a. edição em 2007, e 2009 ). Tese de mestrado que atingiu nota máxima em sua defesa, o livro trata de um assunto importante para quem se dispõe a trabalhar com grandes grupos: Liderança. Dialogando com a teoria da complexidade, e trazendo em sua referência bibliográfica autores como Maturana, Edgar Morin, Nietzsche, Heidegger e Husserl, o livro merece ser lido com toda a calma do mundo. Embora eu sendo um crítico a formação de ícones e de seguidores, os quais fazem leituras e transposições mecânicas sem o menor rigor crítico, entendo que os livros citados são bons livros para dialogarmos com o futebol em outras dimensões.


É possível tirar um copia do Livro, que o GECUPOM disponibilzou junto a UNICOPY, próximo a entrada do Córrego Grande (UFSC), Rua Deputado Edu Vieira.

Vale a pena conferir!

                                    

ATIVA UFSC!

Inicia-se nesta segunda feira (06/11) o ATIVA UFSC III e o GECUPOM faz um convite especial para a palestra de quarta feira (09/11) as 18h30min com o Professor Luiz Parise, um dos integrantes do grupo e atualmente assessor parlamentar de políticas públicas para o Futebol no Rio Grande do Sul, e ex-gerente de futebol do Juventude e Brasil de Pelotas.

Abaixo segue algumas informações sobre o evento, que também pode ser visto em: http://ativa.paginas.ufsc.br/


ciclo de palestra sobre futebol

A Fundação de Educação e Cultura do Sport Club Internacional (FECI) promove mais uma edição do Ciclo de Palestras. Os debates e palestras terão como tema central futebol e cultura. O evento ocorre nos dias 10, 11, 17 e 18 de novembro e tem como objetivo debater sobre as relações entre futebol e alguns eixos culturais. Mais informações e inscrições podem ser feitas pelo fone (51) 3230-4671 ou pelo e-mail feci@internacional.com.br.


Clubes paulistas e sindicato definem resposta contra violência a jogadores

Inspirado no caso João Vitor, Sindicato dos Atletas consegue acerto: Palmeiras, Corinthians e Santos não jogam em caso de agressão

Após reuniões em Palmeiras, Corinthians e Santos, o Sindicato dos Atletas do Estado de São Paulo definiu um acordo em caso de novas confusões de torcedores com jogadores. Inspirado no caso João Vitor, que brigou com torcedores do Verdão na semana passada e foi agredido, o sindicato conseguiu a adesão dos clubes e ficou acertado que ninguém entrará em campo na rodada seguinte de qualquer campeonato se um jogador se envolver em novo caso de agressão. Apenas o São Paulo ainda não firmou o acordo.

- Através dos representantes de cada clube ficou acertado que se algum jogador do Corinthians, Palmeiras e Santos forem agredidos, estes não entrarão em campo na rodada seguinte. Aguardamos ainda a posição do São Paulo, através do capitão Rogério Ceni, que está ciente da decisão dos outros clubes. Mas, acredito que o São Paulo estará ao nosso lado dando maior apoio ao nosso movimento – afirmou Luis Eduardo Pinella, diretor da entidade.

Representantes do sindicato conversaram com representantes dos três clubes. No Timão, Paulo André e Alessandro foram os responsáveis por transmitir a mensagem ao elenco. No Peixe, Edu Dracena e Arouca foram os escolhidos. Já no Palmeiras, quase todos os jogadores participaram de uma reunião nos vestiários do CT. Apenas o atacante Kleber, afastado pelo técnico Luiz Felipe Scolari, ficou fora.

Outra discussão foi a respeito da pré-temporada para 2012. Os atletas cogitam uma manifestação pacífica para pedir ao menos 20 dias de preparação antes do início dos campeonatos estaduais.

Um ano de Timão: Tite abre o jogo sobre pressão, futuro e até Felipão

Técnico diz que renovação só virá se for campeão, espera carreira em novo
patamar com título nacional e revela que amizade com Scolari, por ora, acabou

Por Carlos Augusto Ferrari São Paulo
 
Há exatamente um ano, Tite trocava a estabilidade de trabalhar nos Emirados Árabes Unidos pela busca da realização profissional. Nem a ameaça dos xeques de acionar a Fifa impediu o treinador de deixar para trás alguns milhões de reais e mergulhar em um Corinthians em crise. Doze meses depois de pisar no CT Joaquim Grava pela primeira vez, entre crises e momentos de euforia, Adenor Leonardo Bacchi tem pela frente as oito últimas rodadas do Campeonato Brasileiro para alçar a carreira ao nível que tanto desejou e renovar contrato.

- Posso dizer que seria uma honra ser convidado a ficar. Sei que isso tudo está ligado ao fim do campeonato. A possibilidade da permanência passa pelo título – afirmou.

Nesta entrevista concedida ao GLOBOESPORTE.COM, em sua casa, na Zona Leste de São Paulo, Tite aposta que a campanha de quando chegou ao Timão no ano passado (cinco vitórias e três empates) será mais do que suficiente para levar o título em 2011. De cara nova desde que decidiu aposentar a imagem carrancuda e fechada, o treinador abre o jogo sobre pressão, apoio da direção, protestos da torcida e sobre o ex-amigo e “mentor” Luiz Felipe Scolari.

- Continua o reconhecimento, mas com o estanque profissional. Agora é o distanciamento. Não temos mais contato.

Com menos de dois meses para o término do Brasileirão, Tite cobra concentração total do elenco, ainda vê a equipe em condições de evoluir e exige Adriano mais magro para ser o complemento que levará o Corinthians ao quinto título nacional.

- Ele é o “plus” para esses últimos jogos.

Assista o vídeo da entrevista na íntegra em:

http://globoesporte.globo.com/futebol/times/corinthians/noticia/2011/10/tite-faz-um-ano-de-timao-e-diz-que-renovacao-esta-condicionada-ao-titulo.html

Jogo Aberto: Encontros buscam soluções para o futebol gaúcho

Na audiência pública realizada na Assembleia Legislativa do Estado em agosto, para debater o futuro do futebol do interior gaúcho, foi formada a Comissão de Articulação e Planejamento (CAP). Durante as últimas semanas, o assunto vem evoluindo através do encontro dos membros da Comissão, que buscam a qualificação do documento Jogo Aberto, proposto pelo deputado Alexandre Lindenmeyer para fortalecer os clubes e tornar o futebol um indutor das questões sociais. Ao mesmo tempo, o parlamentar tem mantido contatos com representantes do governo no sentido de oficializar o Jogo Aberto e encaminhar soluções que engrandeçam as competições gaúchas, revendo critérios e propondo maior entrosamento entre as partes envolvidas.
As reuniões da CAP buscam um consenso sobre a forma de qualificar a reestruturação dos clubes de futebol do Estado no que se refere à administração, saneamento financeiro e aumento da receita. Ao mesmo tempo, buscam alternativas para políticas que envolvam o futebol como um aglutinador social e construtor da cidadania. É um trabalho que precisa ser feito pensando não apenas nos efeitos imediatos, mas num processo que possa amadurecer as conquistas a cada ano.
Paralelamente aos encontros da CAP, o deputado Lindenmeyer faz contatos frequentes com representantes de estatais, da Casa Civil, empresários e executivos da iniciativa privada para buscar apoio ao projeto. O Jogo Aberto é uma proposta que envolve a todos os segmentos ligados ao futebol. As reuniões da CAP contam com a presença de representantes da Federação Gaúcha de Futebol, dos clubes, de advogados da área esportiva, treinadores e ex-atletas. O espaço de debates está aberto, à disposição de quem queira colaborar. Contatos podem ser feitos com o assessor de esportes do deputado Lindenmeyer, professor Luiz Parise, pelo e-mail parise.sport@hotmail.com .

O ensino dos desportos coletivos


Autor: Lucas Barreto Klein 
Resenha do livro: BAYER, Claude. O ensino dos desportos colectivos. Lisboa: Dinalivro, 1994.

INTRODUÇÃO
            Esta obra tem como objetivo buscar uma aproximação entre a dialética existente nas relações de teoria e prática, que na educação física e na pedagogia esportiva dos jogos coletivos, ainda encontra-se muito distante. Além disso, visa apresentar conceitos que superem uma mera reprodução do desporto de alto rendimento na iniciação esportiva, pois os chamados “princípios operacionais” existentes em todas as modalidades coletivas é que irão regular as atitudes e comportamentos de cada aluno, buscando desenvolver e melhorar variados domínios tais como a inteligência, motricidade, afetividade e muitos outros.

PRIMEIRA PARTE – BASES DUMA EXPERIÊNCIA

1. O transfert
O transfert é definido como o transporte de aprendizagem existente entre uma atividade e outra, ou seja, existe um transfert da aprendizagem sempre que uma atividade modifica outra.
Tipos de transfert:
- Pró-ativo: a atividade anterior modifica a aprendizagem presente
      - Retroativo: a aprendizagem atual modifica os hábitos adquiridos anteriormente

            O conceito determinado pela transferência de aprendizagem nas atividades é bastante discutido no mundo filosófico, e ele pode atuar também como um fator determinante nas escolhas das atividades propostas pelos professores em suas aulas, portanto, a seguir serão apresentados as diferentes teorias do transfert da aprendizagem, do ponto de vista associacionista, globalista e fenômeno-estrutural.

  • Associacionista: Está é uma corrente que busca lidar com exercícios de cunho analítico, tratando elementos afastados do contexto da realidade do movimento, pedagogicamente busca-se retirar as atividades de sua totalidade, acreditando-se que a soma das partes formará um todo efetivo, através da transferência dum exercício a outro.
  • Globalista: Busca uma oposição ao pensamento fragmentado, trabalha-se o todo, onde o aluno que deverá encontrar as soluções para os problemas impostos pelo jogo. Do ponto de vista pedagógico, esta teoria parece muito rica, porém, a pouca variabilidade de situações propostas pelo professor acaba provocando uma estagnação motora dos alunos, pois a partir do momento que o problema do jogo é resolvido não existem mais desafios.
  • Fenômeno-estrutural: Esta teoria não rejeita as anteriores, mas encara as estruturas de uma maneira dinâmica. O fundamental neste pensamento é que o sujeito é quem dará sentido as estruturas com o objetivo de modificá-las, buscando que cada indivíduo possa agir a partir de sua experiência (transfert) na construção de seu ato motor.
 2. Análise estrutural dos desportos coletivos
            Os esportes coletivos têm suas origens nas tradições mais primitivas da sociedade, onde diversos jogos com bola já faziam parte das culturas locais, porém somente no início do século XIX foram constituídos os primeiros registros destas práticas.
            Todas as modalidades coletivas possuem algumas características semelhantes que fazem elas se aproximarem, criando assim as bases de todos os esportes coletivos conhecidos hoje, entre eles, temos o objeto esférico (bola) jogado com as mãos ou com os pés, um terreno demarcado, podendo ser grande ou pequeno, um alvo a atacar ou a defender, variando de acordo com os objetivos dos jogos (parede, círculos, balizas, rede e outros), os parceiros da equipe que ajudam na progressão da bola, os adversários a serem derrotados e as regras a serem respeitadas, estas regras poderiam ainda sofrer variações do mesmo jogo, dependendo da região em que era praticada.
            Esses princípios ocorrem basicamente em duas situações, a primeira é quando a minha equipe possui a posse de bola, portanto sou atacante e devo: conservá-la, progredir com ela, e com meus companheiros, em direção a baliza adversária com o objetivo de marcar o gol, em outra situação, em que a posse de bola esta com o adversário, automaticamente eu me torno defensor e os objetivos se tornam opostos, sendo eles: recuperar a posse da bola, impedir a progressão dos jogadores e da bola para a minha baliza e criar uma proteção no meu campo de jogo impedindo o gol do adversário, desta forma o futsal é fortemente caracterizado como uma constante dialética entre ataque e defesa.

3. Para uma experiência pedagógica
            O desporto coletivo representa uma atividade social e cultural, desta forma, agindo como um excelente meio de educação.
            Ao nível de aprendizagem desenvolveram-se duas grandes correntes pedagógicas: o método tradicional e o método ativo (global). Estas correntes opostas possuem diferentes formas de interpretar o ensino.
            Ainda dentro do ponto de vista pedagógico é possível citar algumas abordagens que influenciaram as didáticas atuantes nos desportos coletivos: abordagem mecanicista, abordagem baseada nas combinações de jogo, abordagem dialética e abordagem centrada na pedagogia das situações.
            O autor da um destaque para uma “pedagogia das intenções” (inspiração fenomenológica) que traz a revalorização do aluno enquanto ser que age, enquanto produtor do seu jogo e construtor do seu futuro, e o método estrutural, desenvolvido através da lógica interna dos jogos (fenômeno-estrutural), cujo objetivo é proporcionar uma prática transferível entre as diversas modalidades a partir das noções táticas individuais e coletivas, sempre se respeitando as características de cada grupo, indivíduo e categorias.

SEGUNDA PARTE – A FORMAÇÃO TÁTICA INDIVIDUAL

4. A defesa
            A defesa começa no exato momento em que a equipe perde a posse da bola, logo, os principais objetivos dela são: a recuperação da bola, impedir a progressão do adversário e proteger a baliza.
            O ato de defender é caracterizado pelas seguintes regras de ação: ser ativo, agir com continuidade e apresentar ajuda (apoio/cobertura).
            Para se construir os aspectos defensivos individuais e posteriormente a defesa coletiva deve-se trabalhar em desenvolvimento a partir da igualdade, superioridade e inferioridade numérica em situações de jogo (próximos do real).

5. O ataque
            Assim como a defesa, o ataque possui princípios que determinam a sua ação, são eles: conservação da bola, progressão e realização do ponto (gol).
            É importante chamar a atenção para que os alunos sejam capazes de perceber a posição da bola, os espaços livres (desmarcação), a situação dos companheiros e a realização da chamada da bola.
            Para se construir os aspectos ofensivos individuais e posteriormente o ataque coletivo deve-se trabalhar em desenvolvimento a partir de situações de superioridade e igualdade numérica em situações de jogo (próximos do real).

6. A didática
            A didática visa à organização sistemática dos conteúdos do ensino, e ela deve ser organizada a partir da lógica interna de cada modalidade, dos princípios operacionaisregras de ação de cada atividade. (ataque e defesa) e das
            O motor que irá conduzir o processo didático está diretamente relacionado na dialética existente entre ataque e defesa, que é característico dos jogos coletivos.
            Desta forma, o autor demonstra que uma opção fenômeno-estrutural, no quadro de uma pedagogia das intenções, alcança o objetivo de desenvolver uma prática transferível pela criança, realizado por ela própria, desta forma colocando o aluno como foco central do processo de ensino-aprendizagem.

TERCEIRA PARTE – OUTROS ASPECTOS DA ATIVIDADE

7. A motricidade
            A motricidade é definida como um pré-requisito ao gesto técnico, portanto deve-se trabalhar uma motricidade rica e diversificada para a criança, para mais tarde especializá-la no gesto desportivo.
            O desenvolvimento da motricidade geral passa pelos seguintes passos: aquisição da coordenação dinâmica geral, estruturação espaço-temporal, descontração dos músculos não necessários para a ação, equilíbrio dinâmico, ritmo e visão de jogo (desprender-se do olhar centrado na bola), o autor chama a atenção para a motricidade aquática, que engloba esta motricidade geral, porém, possui especificidades de desenvolvimentos através dos nados.

8. A preparação física
            Para o desenvolvimento das qualidades físicas é preciso conhecer as características maturacionais de cada indivíduo praticante da modalidade, isto se torna “padronizado” através das divisões em faixas etárias (idade cronológica).
            Existem diversos meios para desenvolver as capacidades de resistência, velocidade, flexibilidade e força, o autor defende que para se realizar um trabalho qualitativo é preciso compreender as questões fisiológicas do exercício, e utilizar estes volumes e intensidades de uma forma específica, ou seja, através de jogos que proporcionem uma melhora técnico/tática, além de desenvolver o condicionamento físico desejado, além desta proposta, o autor apresenta diversas abordagens de trabalho puramente físico (sem bola).

9. A dinâmica da equipe
            Para a construção da dinâmica de uma equipe o autor apresenta como fatores determinantes: o conhecimento da personalidade de seus alunos e uma relação afetiva e respeitosa entre alunos e professores, para desta forma criar um ambiente pedagógico saudável que possibilite uma formação/educação de qualidade.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
            Os desportos coletivos agem enquanto atividades teórico/práticas, proporcionando riquezas incontestáveis, e no plano educativo ajuda a desenvolver no aperfeiçoamento das capacidades físicas, aperfeiçoamento do complexo perceptivo-motor, melhoria no sentido tático a partir dos princípios operacionais. Através de uma formação universal ele busca combater as especializações precoces, e num plano geral, ajuda na formação da consciência de certas necessidades e dos fenômenos inerentes ao convívio social.
            As idéias do autor passam basicamente pelo fato do processo de aprendizagem estar focado no sujeito (aluno), trazendo ele para dentro dos princípios inerentes a prática esportiva, de forma com que este aluno possa compreender a lógica do jogo, e agir conforme as situações vividas, de forma intencional, e não mecânica.