Passando o ano a limpo!!


Estamos encerrando mais um ano de muito trabalho e estudo. O GECUPOM está entrando em férias, mas nosso blog continua. Durante todo o ano, tivemos diversas atividades que fizeram o tema futebol ser um tema de diversos debates e interlocuções em nosso espaço acadêmico. Entre as diversas atividades que desenvolvemos, destacamos:
1)      Visita ao Observatório de Políticas Públicas de Educação Física, Esporte e Lazer da UNICAMP, cumprindo a seguinte pauta: a) Reunião com o Prof. Dr. Lino Castellani Filho e o Prof. Doutorando Wilson Lino da UFG (Universidade Federal de Goiânia), quando foram tratados os termos da minuta de cooperação técnica-científica ser estabelecida entre o Vitral Latino Americano de Educação Física Esportes e Saúde,   GECUPOM/Futebol e o Observatório de Políticas Públicas da Unicamp, e b) reunião com o Prof. Lino Castellani onde foram estabelecidas as ações do Vitral, do Gecupom e do Observatório para consolidação de uma rede de trocas e inserções de seus membros com o Brasil e América Latina.
2)      Reunião com o Prof. João Paulo Medina (Coordenador do sitio Universidade do Futebol) com o objetivo de estabelecer ações em comum para tratar, de forma especifica, as políticas de ciência e cultura do futebol brasileiro, e também acordar ações conjuntas para tratar os mega-eventos no Brasil: Copa do Mundo 2014, e Olimpíadas 2016.
3)      Criação deste blog como local de socialização de conhecimentos, informações de nossas atividades e trabalhos produzidos.
4)      Realização do “Painel”: “Copa o Mundo e Democratização do Esporte” com os Prof. Lino Castellani (UNICAMP) e Nilson Ouriques (UNIOESTE), onde foram abordados os dilemas para a democratização das práticas do esporte.
5)      Produção de Audiovisual temático: Por ocasião da XI Semana da Educação Física da UFSC, o Prof. João Paulo Medina gentilmente nos cedeu uma entrevista em que foi exposto informalmente, as relações estabelecidas entre Educação Física, Futebol, Gestão Desportiva e Copa do Mundo. Este material encontra-se disponível aqui neste blog. 
6)      Realização de viagem de Intercâmbio: No período de 20 de agosto a 07 de setembro, o Prof. Paulo Capela, um dos coordenadores do GECUPOM, viajou por alguns países da América Latina (Cuba, Venezuela, Equador e Argentina) para divulgar as atividades deste grupo, e construir parcerias acadêmicas/cientificas com estas instituições (Vide matéria neste blog).
7)      Realização de palestra aos profissionais das Categorias de Base do Figueirense Futebol Clube, atendendo ao convite do coordenador da base Carlos Homrich, quando foi abordado a seguinte temática: “Elementos estruturais para o gerenciamento técnico científico de Categorias de Base em clubes de futebol”.
8)      Realização das Oficinas de futebol: Foram realizadas no dia 21 de Outubro no auditório do CDS/UFSC, cujo tema articulador foi “A questão da interdisciplinariedade nas dimensões do futebol profissional”.
9)      Orientação, defesa e banca de trabalhos acadêmicos (TCC) defendidos no final deste semestre/2010, entre eles a defesa de um dos integrantes de nosso grupo o acadêmico Lucas Klein.
10)  Participação dos membros do GECUPOM em Oficina de Produção Audiovisuais, coordenada pelo Laboratório de Mídia da UFSC (Labomídia).
11)  Assessoria de nossos acadêmicos às equipes participantes na SC CUP/ 2010, categoria Sub -16.
12)  Apresentação de trabalhos científicos pelos acadêmicos Lucas Klein e Marco A. Lopes, no Simpósio - “Futebol: Espetáculo e Corporalidade” promovido pelo Núcleo de Antropologia Audiovisual e estudos de Imagem da UFSC.
Boas Férias à todos!

Acontecendo...

Vale conferir nos dias 15 e 16 de dezembro este Simpósio de futebol promovido pelo Núcleo de Antropologia Audiovisual e Estudos da Imagem da UFSC, coordenado pela Prof. Carmem Silvia Rial. Toda a programação está disponível no link abaixo.


 http://navi.paginas.ufsc.br/eventos/simposio-sobre-futebol-espetaculo-e-corporalidade/

Nestes dias de SC CUP


Nestes dias de SC CUP, conhecemos algumas pessoas, fizemos algumas amizades, e tivemos algumas interessantes conversas. Uma destas interessantes conversas, foi com o Sr. Newton Mota Nunes, Superintendente da Divisão de Base do Esporte Clube Bahia. Falávamos sobre as categorias de base, e o Sr. Newton comentava que apesar dos clubes formarem muitos jogadores de qualidade em suas bases, o jogador de futebol não é mais o mesmo. Para ele, embora as bases de alguns grandes clubes no cenário nacional ofereçam todas as condições para os jogadores chegarem ao profissional, ainda falta um "tempero" especial: a experiência da "pelada" de rua. O E.C. Bahia conta hoje com as escolinhas, e  categorias de base de sub-11 á sub-17. Seu Newton comentava que com a urbanização das cidades, os campinhos de "pelada" desapareceram, e com isto perdeu-se muito do futebol brasileiro. A base, dá uma formação, o futebol de "campinho de rua", dá outra, comentava ele. O jogador chega para treinar nas escolinhas ou na base dentro do carro do pai, com seus tênis, calção e camiseta de marcas, treina num campinho apropriado, com bolas novas e após o treino, vai embora para casa jogar videogame. No “campinho”, o futebol acontece durante 2 ou 3 horas seguidas. Seu Newton valoriza este ambiente cultural como um autêntico formador de jogadores. Diz ele que é lá, jogando muitas vezes de chinelo de dedo, campo irregular, no chão batido, que o menino desenvolve uma outra forma de jogar futebol que não são aprendidas nem ensinadas nas escolinhas. O E.C. Bahia segundo ele, possui núcleos de futebol espalhados, a fim de selecionar estes meninos, mas comenta que estes espaços estão ficando cada vez mais raros, e a bola, fora das escolinhas dos clubes não é mais o grande atrativo para a garotada como era alguns anos atrás. Diante dos computadores, videogames e telefones, poucas crianças pedem uma bola de presente para o pai. Faz ele uma intrigante pergunta: você tem visto nesta época de final de ano algum comercial de bola? Você tem visto alguma propaganda de promoção de bolas? Seu Newton é engenheiro, e deixou a profissão para se dedicar profissionalmente e integralmente no gerenciamento da base do E.C. Bahia.

ATINGIMOS OS 1000 VISITANTES

Passamos dos 3 dígitos! Atingimos a casa dos mil visitantes. Para muitos blogs, atingir esta marca, pode ser algo corriqueiro, mas para nós do GECUPOM, atingir esta marca é um motivo de alegria coletiva. Desde a criação deste blog, em meados deste ano de 2010, não tinhamos como pretensão atingir esta ou aquela marca, mas sermos apenas um blog de divulgação de nossas atividades e produções de textos ou trabalhos de pesquisa. Estamos fechando o ano de 2010, e atingirmos este número de visitantes, nos deixa muito alege e orgulhosos, pela modesta pretensão que tem este blog. Tivemos visitantes de inúmeras cidades brasileiras, mas como grata surpresa tivemos também visitas do exterior, de países como Portugal, Reino Unido, Alemanha, assim como cidades como California, Florida e Quito. Agradecemos aqueles que por curiosidade ou por serem nossos acompanhantes assíduos nos gratificaram com suas visitas. A todos, nosso MUITO OBRIGADO!

GECUPOM/Futebol.

GECUPOM e SC CUP

As vésperas de iniciar uma das competições de futebol sub-16 mais importantes do país (SC CUP), o Gecupom vem organizando os acadêmicos de seu grupo de pesquisa para intervirem com a qualidade necessária nas suas atribuições. Sendo um grupo de pesquisa em futebol, não estaremos participando da competição apenas como "guias" das equipes. Nossos alunos estarão desenvolvendo uma pesquisa no evento envolvendo os clubes participantes.Para isto, formalizamos um documento junto a Organização do evento, explicitando as dimensões de nossa intervenção. Segue alguns pontos importantes deste documento:

" Nosso grupo de estudos é o único entre todos os cursos de Educação Física das Universidades Federais de nosso país a estudar o futebol culturalmente jogado no Brasil em diálogo com o pensamento mundial desse esporte, estando vinculado ao IELA – Instituto de Estudos Latino Americano e ao Núcleo de Pesquisa do CNPQ/UFSC intitulado Vitral Latino-Americano de Educação Física Esportes e Saúde, portanto, é um Grupo de estudos e pesquisa significativo de nossa universidade no qual, acadêmicos dos cursos de Educação Física e do Jornalismo da UFSC estudam e realizam pesquisas

1)    Os acadêmicos assumirão responsabilidades por recepcionar as delegação e garantir que cada delegação chegue e retorne com a devida tranqüilidade e nos horários estabelecidos aos locais de competição e hospedagem; 
2)  Os acadêmicos foram orientados a ter atitudes e condutas compatíveis com o ambiente esportivo e universitário ao recepcionar, informar, dialogar e conviver com as delegações; 
3)  Deverão ser bons anfitriões das delegações visitantes, destacando  a eles a cultura popular local (a cidade e o futebol de Florianópolis em números,  as características da cultura “nativa”  músicos locais, pontos turísticos próprios, arte açoriana, enfim, o que é ser florianopolitano (gente simples), além de outros eixos próprios dos serviços que devem saber informar (farmácia, locais de refeições rápidas, emergências médicas e hospitalares, etc..).

Acordamos ainda que concomitante aos serviços de recepção também realizaremos uma investigação para obter dados das equipes, cujo objetivo é: caracterizar os elementos significativos da organização, cultura e de elementos técnico das categorias de base das equipes.   
Quanto à pesquisa estaremos nos dedicando a obter dados do período de competição destas equipes: rotinas diárias de cada equipe, fatos significativos do seu dia-a-dia de competição: momentos no hotel, as refeições, o momento pré e pós-competição, vestiários, palestras,  e a própria competição. Cada acadêmico terá seu diário de campo e um roteiro de questões semi-estruturadas para orientar os diálogos, conforme iremos determinar em reunião em que participará os coordenadores do GECUPOM e o líder do Vitral Latino-Americano professor Dr. Edgard Matiello Júnior.
Pretendemos que os acadêmicos se experimentem a realizar pesquisa e a desenvolver a atenção para alguns focos importantes sobre a vida própria de agentes envolvidos em categorias de base do Brasil (técnico, coordenador, preparador físico, atletas, etc) e também em momentos importantes de um período de competição.  
Os acadêmicos foram instrumentalizados para procederem sempre de forma oportuna e ética ao realizarem as atividades de investigação."    

                         Prof. MS. Paulo Capela    e     Prof. Ms. Julio Couto
                                               Coordenadores do GECUPOM/Futebol

Defesa de TCC

Faz algum tempo que viemos acompanhando as discussões que estão ocorrendo no futebol, principalmente no que diz respeito às concepções metodológicas do processo de treinamento. É uma discussão nova no futebol, até bem pouco tempo atrás, não se falava em periodização tática, muito menos em teoria da complexidade ou pensamento sistêmico. Em nosso grupo de estudo, traçamos algumas críticas ao pensamento técnico-instrumental, com isto também fagmentado e cartesiano que dominavam e ainda dominam o pensamento hegemônico no que diz respeito aos processos de ensino/treino do futebol. Talvez o grande passo dado no futebol brasileiro nesta discussão, começou no sitio do Universidade do Futebol, e particularmente com o professor João Paulo Medina e alguns colaboradores. Viemos defendendo ja faz algum tempo, que a Educação Física e os esportes, no caso aqui o futebol, precisam dialogar com outras áreas de conhecimentos, (filosofia, sociologia, pedagogia, antropologia), ou seremos eternamente o senso comum com diploma na parede. Estamos escrevendo tudo isto, por que contamos com a felicidade de termos um dos integrantes de nosso grupo defendendo seu TCC (Trabalho de Conclusão de Curso)  esta semana. Trata-se do acadêmico Lucas Klein, orientado pelo professor Paulo Capela. O diferencial no trabalho do Lucas, passa a ser o diálogo que ele estabelece principalmente com a pedagogia, a partir de textos de Paulo Freire e Madalena Freire, autores importantíssimos se quisermos discutir com propriedade e com a seriedade que merece, a questão referente ao processo pedagógico do ensino/treino nos esportes. Falarmos em registro, avaliação e mediação educacional no mundo dos esportes, parece estarmos falando de conceitos estranhos, pois nos cursos de Educação Física atualmente divididos em Licenciatura e Bacharelado, há um pensamento equivocado, que estudar pedagogia, é tarefa somente para a Licenciatura, pra quem vai dar aula em escola, pois quem trabalha com esporte só precisa saber da fisiologia, da biologia, da anatomia, e da apropriação técnica dos fundamentos do treinamento desportivo. Entende-se não haver processo pedagógico no ato de treinar uma equipe no seu dia-a-dia, ou num treinamento de atleta, ou ainda numa academia de musculação. Lucas ainda não defendeu seu trabalho, mas fica aqui os nossos parabéns coletivo de nosso núcleo de estudos pelo empenho que teve na elaboraçãodo mesmo.

SC CUP 2010

Nosso grupo ficou responsável por coordenar os acadêmicos que irão participar como guias com as equipes que estarão disputando o SC CUP 2010. Os acadêmicos terão até quarta-feira (24/11) para enviarem ao nosso e.mail (gecupomfutebol@gmail.com) seus nomes e telefones, caso estejam interessados em participar deste evento.

REUNIÃO DO GECUPOM

Em nossa reunião de hoje pela manhã (12/11/2010), tivemos a presença de Carlos Homrich - (Carlão),  Coordenador das Categorias de Base do Figueirense Futebol Clube, que entre outros assuntos, tratamos do convite feito junto ao GECUPOM para participar com seus acadêmicos da programação da SC CUP 2010. A SC CUP é um dos maiores torneios de futebol sub-16 do país, contando com a participação de grandes clubes do cenário nacional. Segue o link abaixo do site deste evento.
http://www.sccup.com.br/

OFICINAS DE FUTEBOL

No dia 21 de outubro no auditório do CDS/UFSC, realizamos nossas oficinas de futebol junto aos acadêmicos do curso de Educação Física. Com o tema central "A questão da interdisciplinariedade nas dimensões do futebol profissional" procuramos de forma integrada, desenvolver três temas dentro deste grande eixo; são eles: as concepções técnico-táticas, o desenvolvimento da performance desportiva, e o Departamento técnico científico. O exito do evento dêu-se pela competência dos palestrantes Luiz Parise Gabriel Bussinger e Julio Couto,  que passaram seus conhecimentos e vivências aos participantes.




OFICINAS DE FUTEBOL

O GECUPOM no dia 21/10/2010 ás 14:30, estará promovendo suas OFICINAS DE FUTEBOL, com inscrições abertas e gratuítas. Estas oficinas visão discutirem os temas referentes às concepções técnico-táticas do futebol, ao desenvolvimento da performance desportiva e aos conceitos referentes ao Departamento Técnico Científico num clube de futebol. As inscrições estão ocorrendo no PET (Programa de Educação Tutorial)/CDS e no CAEF (Centro Acadêmico de Educação Física) do CDS/UFSC. Os professores ministrantes serão: Prof. Gabriel Bussinger (Técnico das categorias de base do S.C. Rio Grande), Prof. Luiz Parise (Gerente de futebol) e Prof. Julio Couto (Preparador Físico).
* Estamos disponibilizando no xerox "convivência" (Rua Deputado Edu Vieira 1496 - Pantanal / Frente a pista de atletismo) os textos para subsídios de reflexões dos temas tratados nas oficinas.

PALESTRA DO "GECUPOM" NAS CATEGORIAS DE BASE DO FIGUEIRENSE FUTEBOL CLUBE

Vimos através deste blog, agradecer o convite gentilmente estendido ao nosso grupo de estudos feito por Carlos Homrich (Carlão) - Coordenador Técnico das categorias de base do Figueirense F. C. -, para dialogarmos junto às suas comissões técnicas sobre os "Elementos  estruturais para o gerenciamento técnico científico de Categorias de Base em clubes de futebol". Foi um diálogo interessante, proveitoso e também rico de informações contextuais trazidas pelos próprios integrantes destas comissões técnicas oriundas de seus cotidianos no campo de futebol. O GECUPOM agradece a oportunidade.

Entrevista com o Prof. João Paulo Medina

Na ocasião da XI Semana da Educação Física da UFSC, o Prof. Medina gentilmente nos cedeu esta entrevista, onde conversamos sobre diversos temas, entre eles Educação Física, futebol, gestão desportiva e copa do mundo. Foi uma conversa informal, mas plena de um conteúdo que vale ser refletido como  é próprio de nosso "entrevistado". Medina é um dos poucos professores de Educação Física que sempre ousou em dizer, escrever e fazer o novo, num local em que novidades geralmente não são bem vindas, pois representam inevitavelmente um rompimento com o passado. Esta entrevista levou algum tempo para colocarmos aqui no nosso blog, pois nosso grupo conta apenas com a disposição e boa vontade de nossos integrantes, onde cada um procura doar o melhor de seu tempo e conhecimento em prol do grupo. Agradecemos aqui a participação da professora Cristiane ker e do professor Luiz Parise que contribuíram de forma brilhante naquela conversa de terça à tarde do dia 25 de maio de 2010.




http://www.youtube.com/watch?v=2KjW5NI_afc (Parte 2)
http://www.youtube.com/watch?v=xPPc0w6lfMI (Parte 3)
http://www.youtube.com/watch?v=scArGTVGqPI(Parte 4)
http://www.youtube.com/watch?v=INaGKKXPcig (Parte 5)
http://www.youtube.com/watch?v=4xp6gWmDVmE (Parte 6)
http://www.youtube.com/watch?v=7-Z0rEyZG9s (Parte 7)
http://www.youtube.com/watch?v=ch-IWxaWV_c (Parte 8)

Futebol e ciência: a necessidade de um novo sentido e de um novo significado. - Parte 1


Em pleno século XXI, temos ainda uma imobilidade em entender o ser humano como um Ser plural e uno ao mesmo tempo, ou seja, um ser social, cultural, e biológico. Diferentemente da máquina, o ser humano é provido de sentidos e significados, marcas e registros que trazem em si um forte entrelaçamento entre natureza e cultura. Nosso corpo traz em si memórias de uma natureza mais primitiva, e de uma cultura mais contemporânea, impossíveis de serem pensadas na mais moderna máquina, simplesmente porque estas memórias estão nas expressões dos sentidos, das emoções, e no próprio corpo.
Se estamos diante de novos paradigmas científicos, principalmente os da física moderna (física quântica e teoria da relatividade) que apontam para a superação da matéria inerte unicamente sólida, movimentada por uma ordem superior, se percebemos os novos paradigmas que colocam o ser humano como um Ser holístico em perfeita integração e harmonia com o seu meio, com o planeta e consigo mesmo, se não nos é mais concebível a idéia de um corpo/máquina, precisamos também de alguma maneira romper com os conceitos e palavras que explicam e legitimam uma antiga visão de mundo.
Ao observarmos com atenção como o contexto social moderno se desenvolve, perceberemos que dentre os vários “pilares de sustentação”, um dos mais consistentes é o da racionalidade científica. A ciência (e a técnica por meio desta) nos últimos anos passou a ser a condutora do pensamento moderno. Mas ao falarmos de “ciência”, não falamos de qualquer ciência, mas de um modelo cientifico que quantifica, esquadrinha, determina, que tem nos números o pressuposto único de verdade. Esse modelo de ciência, são as ciências da natureza, ou ciências naturais.
Neste modelo, dois momentos são interessantes mencionar. O primeiro é o procedimento cientifico, ou seja, a forma com que a ciência “(des) cobre” seu objeto de pesquisa. O segundo, é a maneira como esta mesma ciência interpreta o universo e os seres humanos. Ambas as formas refletirão sobre a maneira de como a sociedade moderna ocidental perceberá questões como política, natureza, ecologia, esporte, corpo, saúde, etc.

Futebol e ciência: a necessidade de um novo sentido e de um novo significado. - Parte 2


No primeiro momento, entendemos que talvez nenhum outro procedimento cientifico tenha trazido tanta contribuição na forma de pensar nos últimos anos do que a teoria cartesiana e a física clássica (representada por Galileu, Copérnico e Newton). A divisão cartesiana permitiu aos cientistas ver o mundo material como algo morto, separado inteiramente de si mesmo, entendendo este como uma grande máquina de grandes proporções.
A ciência moderna traz consigo um modelo de pensamento onde só é possível compreender o mundo a partir de sua dominação. Para esta ciência, o conhecimento é sinônimo de domínio, o domínio do “desconhecido”, do alheio, do “outro”, e se é necessário dominar, a primeira condição é afastar. A relação sujeito-objeto nos moldes científicos torna-se então uma dupla relação; a primeira de afastamento, e a segunda de dominação.
Dominar a natureza (entendida como objeto) nos moldes científicos impõe ao sujeito/ou seres humanos, uma dura realidade; a dominação de si próprio. Pois se somos parte da natureza, ou somos ela própria, não há domínio da primeira sem acontecer o domínio do segundo. O domínio do sujeito moderno recai então sobre si mesmo, sobre seu corpo, e na forma dialética, sobre a natureza novamente.
Talvez seja justamente no esporte uma das melhores expressões da filosofia cartesiana, e da física clássica. Tenho dúvidas sobre qual outro contexto, o domínio do corpo aparece de forma tão extremada. È justamente no esporte que o modelo de ciência que acima menciono, transparece da melhor forma.
No segundo momento está presente fortemente a idéia do mundo como uma grande máquina, funcionando a partir de operações matemáticas previsíveis. No ideal cartesiano, o mundo material está longe da vida ou espiritualidade.
A idéia de um corpo funcionando tal como uma máquina é a estratificação do pensamento de um mundo e sistema social também funcionando como uma grande máquina, onde o todo é representado pela justaposição de suas partes. O corpo cartesiano era apenas o somatório de peças funcionando de formas isoladas a garantir o funcionamento deste todo.
Esse corpo máquina era desprovido de sentidos e significados, apenas “peças” em justaposição, o que no pensamento moderno o desgaste de uma delas pode ser trocado por outra de mesma forma e função, continuando o mesmo a funcionar até o seu “desgaste” total.  
Qual a reflexão que trazemos disto para nosso contexto, ou seja, para o entendimento do esporte? Na lógica do esporte moderno, o corpo só deve operar sob o rendimento máximo, para isto o trato dado ao corpo (ao meu e dos outros) passa a ser ao de uma máquina que deve funcionar sob quaisquer circunstâncias. À maquina não importa o sentido nem o significado do movimento, mas só o movimento por si próprio, para isto uma boa técnica é o necessário. Tão pouco a máquina tem sentimentos (alegrias, prazeres, angustias, medos e dores), pois como tal está alheia a tudo isto.
Autor: Prof. Julio Couto


Departamento Técnico Científico: algumas concepções.


O futebol no Brasil percorre um longo caminho, que inicia mais precisamente no inicio do século passado até o futebol atual que todos nós conhecemos. Este cenário começa com o futebol praticado pela elite social do inicio do século, até o futebol disseminado e popularizado pelas classes sociais no País. O futebol transita do clube associativo ao futebol empresa, da lei do passe à lei Pelé, do futebol arte ao futebol de alto-rendimento, do torcedor da arquibancada ao consumidor do espetáculo, do futebol empírico ao futebol científico.
Estas mudanças estruturais e culturais do futebol neste cenário, exigiram dos clubes brasileiros uma re-adaptação as suas antigas formas de administrar e gerenciar o futebol, tornando-se agora parte de um processo de elevada exigência qualitativa, o que de uma certa forma, terá de expressar-se em resultados competitivos.
Vários clubes brasileiros “largaram” na frente nesta busca da excelência qualitativa do futebol, re-organizaram seus departamentos de futebol, traçaram projetos, qualificaram profissionais, montaram seus planejamentos estratégicos (até então conceito exclusivo da esfera empresarial), e investiram em ciência e tecnologia.
Dois clubes no cenário nacional podem ser considerados como referências para estas mudanças, um deles é o Clube Atlético Paranaense, campeão brasileiro em 2001, clube que investiu forte na construção de um Departamento Técnico Científico no clube, na época, coordenado pelo Prof. Dr. Antonio Carlos Gomes. Outro clube brasileiro que investiu na criação deste departamento com uma concepção semelhante foi o Sport Club Internacional, sagrando-se campeão mundial em 2006, projeto iniciado alguns anos antes na coordenação do Prof. João Paulo Medina.
Atualmente vários clubes no cenário nacional, começaram este momento de transição, visto que, o Departamento Técnico Científico num clube de futebol, é um Departamento responsável pela cientificidade e pela relação multidisciplinar e interdisciplinar das diversas áreas de conhecimento que necessariamente devem compor atualmente uma equipe de trabalho no futebol profissional.
O que seria então um departamento Técnico Científico?  
- Departamento técnico científico, é o departamento dentro da estrutura do futebol responsável pela implantação da ciência e re-organização cultural no âmbito do planejamento global e no âmbito da qualificação desportiva.
- O Departamento Técnico Cientifico é um departamento que trabalha com projetos à curto, médio e a longo prazo, e com isto, deverá estar ligado a estrutura organizacional do clube para garantia de sua viabilidade, portanto, um departamento de confiança do clube, independente de resultados imediatos.
Quais seriam os objetivos deste Departamento?
Entre os mais variados objetivos, citamos alguns:
- Criação e estruturação de departamentos multidisciplinares dentro do clube (Depto. de fisiologia, Depto. de preparação física, Depto. de nutrição, Depto. médico, Depto. de psicologia, Depto. de assistência social, Depto. de Informática). Interligação com todos estes departamentos.
- Estruturação de áreas físicas do clube (manutenção e reforma das já existentes, e se necessário, criação de novas áreas).
- Criação e implantação de projetos de modernização do planejamento desportivo do clube (centro informatizado, planilhas de treinos, planilhas de controle, planilhas de avaliação, banco de dados e softwares).
- Intercambio com as Universidades locais, na busca de desenvolvimento científico para o clube.
- Construção de uma proposta metodológica de Planejamento Desportivo embasado numa concepção cientifica, de acordo com a filosofia desse departamento.
- Construção e planejamento do calendário desportivo em consonância com as áreas interdisciplinares do clube.
Para que este novo processo proposto possa se desenvolver adequadamente é indispensável que existam alguns pré-requisitos que viabilizem um trabalho desta natureza:
1)           Pré-disposição do clube na realização do projeto.
2)           Maior investimento financeiro, levado pela necessidade de uma estrutura maior, de uma qualificação tecnológica, e de investimento em profissionais qualificados.
3)           Tranqüilidade e paciência de não cair na falsa armadilha dos resultados imediatos
4)           Entendimento de um processo que sua sedimentação se dará a curto, médio e longo prazo.
Em nosso último clube, o Departamento Técnico científico na sua forma geral se expressou da seguinte maneira:
1)           Interlocução entre o departamento de fisiologia do clube, a comissão técnica, o departamento de nutrição e o departamento médico, através de reuniões periódicas, controles sistemáticos, trocas de informações e seminários de estudos.
2)           Criação do Grupo de Estudos Temáticos.
3)           Controle periódico de cada atleta e de seus treinamentos.
4)           Controle sistemático das atividades diárias desenvolvidas.
5)           Avaliação periódica do nível de performance dos atletas, através de testes e avaliações em consonância com o departamento de fisiologia e de preparação física.
6)           Controle nutricional de cada atleta em particular, de acordo com suas necessidades e objetivos a serem alcançados, em consonância com o departamento de nutrição.
7)           Interlocução periódica com o Departamento médico e fisioterapia e comissão técnica, objetivando atenção máxima aos atletas lesionados, observando seus limites e suas possibilidades de treinamento. 
8)           Construção de grupos especiais de treinamento.

Palestra no lançamento do livro - parte 1

Segue na integra a palestra feita pelo Prof. Paulo Capela na Universidad Andina Simón Bolívar no lançamento do livro "Ensaios Alternativos Latino-Americanos de Educação Física, Esporte e Saúde", com organização do Prof. Edgard Matiello Junior, Prof. Jaime Breilh e do próprio Capela.
 
               Há uma frase histórica do poeta português Fernando Pessoa que penso se prestar para introduzir nosso diálogo, ele dizia: “Cultura primeiro a gente estranha depois a gente entranha”, pois bem, quando o tema é esporte existe uma cultura já dada, a qual já não se ousa fazer perguntas originais, não se estranha nada que orbite em seu entorno, parece que o mundo esportivo que chega em nossas casas todos os dias não carece de reflexão, esclarecimentos, estranhamentos, críticas, ou ainda, o esporte de outras formas originais de ser praticado.
                Quando muito, por exemplo, em meu campo, a Educação Física, as novidades nos esportes são: as trocas de regras; os novos métodos de treinamento; os novos equipamentos; os novos suplementos alimentares capazes de aumentar as performances;  ou novas tecnologias que permitiram um melhor controle dos dados e assim melhoras de rendimento, e novas esperanças de mais êxito, e mais, mais, mais rendimento.
                Nosso livro é um livro que não se filia aos conceitos tradicionais dos esportes e nem as tradicionais “novidades do esporte”.
                É uma obra que foi escrita para produzir estranhamentos sobre a cultura do senso comum das verdades consideradas como única do mundo esportivo.
                Para nós o esporte é uma construção humana social, com autores e atores dos quais conhecemos muito pouco. Do esporte conhecemos, muitas das vezes, apenas alguns atletas e dirigentes, que quando se pronunciam publicamente estão, muita das vezes, encenando scripts muito bem escritos por seus assessores de imprensa, ou patrocinadores.
                Em nosso livro, revisitamos os bastidores e a própria cultura esportiva dada. Como pesquisadores  desvelamos muitos fatos que não são de domínio comum.
                Nesta Obra mostramos com dados que o esporte é um grande negócio; que é uma prática anti-vida, portanto, deterioradora da saúde das pessoas e dos atletas, tanto os atletas de alto-rendimento, quanto os demais praticantes de diferentes níveis intermediários entre  o alto rendimento e os que não praticam esportes porque aprenderam a não gostar dele.
                Apontamos nesta obra que, se não mudarmos sua estrutura, ele, o esporte, não será capaz de cumprir grande parte de suas promessas. Promessas, muitas delas, feitas por autoridades públicas e dirigentes esportivos, expressas concretamente em programas governamentais e clubísticos, ou feitas e contidas por quem deveria zelar por esclarecer as novas gerações sobre os fatos dos esportes, os professores de Educação Física das escolas.
                Nós, os autores deste livro, mesmo reconhecendo que o esporte é o principal fenômeno de massa da humanidade,  entendemos também que ainda não possui em igual escala reflexões e pesquisas capazes de produzir  estranhamentos sobre ele, principalmente nos países da América Latina, isto nos estimulou muito a escrever este livro! 
                Ainda não há estudos suficientes produzidos em nossos países capazes de duvidar das promessas feitas no esporte de que, por exemplo: esporte é sinônimo de saúde; de que o esporte promove integração entre os povos; de que o esporte combate a marginalidade e as drogas, enfim, poucas vezes se questiona o alcance destas promessas, de seus fatos, da cultura que gera e de  como ela vem sendo constituída em suas relações de poder.

Parte 2


               Fernando Pessoa diria que está entranhada, em grande parte da humanidade, uma única cultura esportiva como se fosse absoluta, o que não é verdade!
                O esporte é uma construção humana que, se foi construída de determinada forma, pode ser desconstruída  e construída de outra forma. O esporte pode ser desconstruído em seus valores anti-vida e reconstruído sobre outras bases culturas e de valores.  
                A função maior dessa obra é estimular aos que trabalham, praticam, e promovem o  esporte, a pensarem que outro mundo esportivo é possível, um esporte com outros objetivos e outros valores. É preciso dizer que em muitos lugares do mundo o esporte já é assim, é preciso dizer que em muitos lugares do mundo o esporte já foi assim: teve outros valores e forma de ser praticado.
                O esporte possui uma história, antes de ser o que é hoje todos os esportes já foram: práticas populares, esporte amador, a mais bela expressão da superação humana sobre si mesmo. Hoje é um grande negócio que aliena e deteriora a vida dos trabalhadores.
                Finalizando, diria que, se Fernando pessoa estava correto ao dizer que cultura, primeiro a gente estranha, depois a gente entranha, espero, sinceramente, que em curto espaço de tempo, não se ache mais estranho falar sobre os efeito nocivos e anti-vida de certa práticas esportivas, que não se estranhe mais que tenham muitas pessoas honestas dirigindo  o esporte mundial, e, finalmente que não se ache estranho quando a forma de fazer esporte que defendemos mobilize tantas pessoas quanto mobiliza hoje os esportes tradicionais, que o mundo todo pare como é hoje, uns para assistir na televisão e a grande maioria para participar de Olimpíadas dos esportes transformados na ótica da fraternidade, solidariedade e verdadeira união dos povos, neste dia, que espero ainda estar vivo para ver, nos orgulharemos, todos nós autores e apoiadores deste livro por termos sido uma pequeninha parte deste processo, um processo de construção de um mundo melhor, mais justo, alegre,  com muita saúde (vida) para todos.  Muito obrigado!     



DIARIO DE VIAGEM

Nosso amigo e coordenador do GECUPOM,  Prof. Paulo Capela, continua sua viagem com o objetivo de integrar e disseminar os estudos e trabalhos realizados com o VITRAL Latino-Americano de Educação Física, Esportes e Saúde. Capela em sua viagem, tem se encontrado com grandes nomes da Educação Física e dos Esportes no cenário da America Latina, inclusive tendo esta semana o lançamento do livro(como segue abaixo) no cenario nacional Equatoriano. Próxima escala será na Argentina. Segue abaixo seu e.mail para nós:


“Hoje pela manhã, mantive contato com o jogador de futebol zagueiro equatoriano Ulisses de La Cruz, por intermediação do Prof. Jaime Breilh. Ulisses é um dos mais importantes jogadores do país, ele irá compor a mesa de lançamento de nosso livro “Ensaios Alternativos Latino-americanos de Educação Física, Esportes e Saúde”, juntamente com um sociólogo e um jornalista desportivo local.

Ele já está com nosso livro, é um jogador muito inteligente, articulado para falar e esclarecido, já jogou nos principais clubes aqui do país, no Cruzeiro de Minas e em clubes da Europa (Inglaterra). Tivemos um diálogo muito interessante. Ele possui uma visão muito esclarecida sobre o mundo de poder que circunda os clubes da América Latina, disse que o futebol jogado na Inglaterra é mas rápido e honesto que o jogado na América; aqui os juizes são mais complacentes com as sucessivas interrupções do jogo que acabam prejudicando o espetáculo e as equipes que trabalham mais. Enfim, boas idéias vindas de um atleta ainda em atividade. 

Depois almocei com o Breilh e tratamos de alguns pontos de nossa pauta.
Quanto á tradução do nosso livro, sugeri que fizéssemos uma primeira tradução com acadêmicos aí no Brasil, e ele faria a revisão aqui, ele iria estudar a viabilidade. Disse que é viável uma ida dele a Florianópolis, pensamos em Março, Abril ou Maio. Ele também colocou como exigência só poder permanecer no Brasil no máximo uma semana (poderia trabalhar em um curso). Era isto.
Abraços, Capela!”

Paulo Capela, membro do IELA, discute Convênios em Cuba

O Professor Paulo Capela, membro do IELA e um dos coordenadores do
Vitral Latino-Americano de Educação Física, Esporte e Saúde/ CDS/UFSC
cumpriu extensa agenda na cidade de Havana, em Cuba, onde estabeleceu
vários contatos e alinhavou convênios para o intercâmbio de
informações, professores e alunos. A primeira reunião foi com a
vice-reitora da Universidad de Ciencias de la Cultura Física y el
Deporte, a doutora em Ciências Mélix Ilisástigui Avilés. Ela recebeu o
projeto de convênio, o livro produzido pelo Vitral e uma série de
outros documentos referentes ao estudo da Educação Física. Demonstrou
bastante interesse pela idéia de convênio e deve encaminhar uma
resposta sobre o tema muito brevemente.

O segundo encontro foi no Comitê Olímpico Cubano, presidido por José
Ramón Fernández. Paulo Capela conversou longamente com o professor
Reineiro Fonseca, com quem discutiu várias possibilidades de
colaboração, abrindo portas, inclusive, para que professores
catarinenses possam realizar doutorado em Cuba.

O professor Capela também visitou o principal estádio de futebol Cuba,
o "Pedro Marrero", onde fica a Federação Cubana de Futebol. Ele foi
recebido pelo presidente, Luis Hernández, ao qual apresentou o projeto
Vitral e com quem traçou várias linhas intercâmbio. Esta semana, Paulo
Capela segue para Venezuela, onde também realizará visitas a
Universidades e Federações Esportivas.

O trabalho desenvolvido no CDS pela equipe do Vitral foi recebido com
bastante entusiasmo pelas autoridades universitárias e esportivas
cubanas, justamente por seu conteúdo crítico e de proposições
inovadoras para o esporte e lazer nas escolas. Para Capela, o
resultado da visita foi bastante bom e abriu caminho para uma
infinidade de propostas a serem construídas em parceria.
Fonte: Elaine Tavares IELA

CATEGORIAS DE BASE, INCLUSÃO SOCIAL E LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE. – Parte 1

O Ministério dos Esportes vem ao longo dos últimos anos,
fomentando a prática de esportes, mediante programas bem desenvolvidos,
como o Segundo Tempo, Esporte e Lazer da Cidade e Lei de Incentivo ao
Esporte. Possui ainda o Projeto Praças da Juventude, que visa a construção
de um complexo esportivo em locais que não existem espaços para prática de
esportes e divulgação da cultura.

A Lei de Incentivo ao Esporte, que permite a Clubes e entidades
sem fins lucrativos, a elaboração de projetos incentivados por renúncia
fiscal, possibilita que se façam projetos educacionais, de participação e
alto rendimento. Pode-se ainda, mesclar as categorias, desde que uma se
sobressaia aos demais.

E é nesse ponto que os projetos elaborados com base na Lei de
Incentivo ao Esporte podem fazer a diferença.

Os pequenos Clubes de futebol do País, praticamente acabaram com
suas categorias de base por falta de recursos. Por outro lado, esses mesmos
Clubes, são referências em seus municípios, e despertam nas crianças e
adolescentes o primeiro contato com o futebol profissional “in loco”, e a vontade
de tornar-se jogador de futebol.

Por intermédio da Lei de Incentivo ao Esporte, o Clube pode, ao
mesmo tempo, reativar suas categorias de base, com projetos sustentáveis,
que proporcionarão o pagamento de recursos humanos, materiais esportivos,
uniformes, equipes interdisciplinares compostas de Médico, Dentista,
Psicólogo, Assistente Social, Fisiologista e Nutricionista, e ainda, auxiliar
a comunidade na qual está inserido na erradicação do uso de drogas.

Pode-se fazer um grande projeto, em parceria com o Município,
que contemple esporte de participação, em pequenos núcleos em bairros da
cidade, de preferência em locais de vulnerabilidade social. Atrelado a esses
núcleos, que seriam o embrião do atleta de alto rendimento, selecionar os
melhores e encaminhá-los para as categorias de base, visando o esporte
de alto rendimento, preparando-os para se tornarem jogadores de futebol.

O requisito primordial para a inclusão e a permanência da criança
e adolescente no projeto, deve ser a comprovação de matrícula, freqüência
e notas escolares. O projeto é desenvolvido no contra turno escolar,
proporcionando desenvolvimento físico e intelectual a esses jovens.

CATEGORIAS DE BASE, INCLUSÃO SOCIAL E LEI DE INCENTIVO AO ESPORTE. – Parte 2

Paralelo ao projeto do futebol, os Clubes podem desenvolver
outros esportes, para inclusão de meninas e a realização do mesmo
esquema, com participação dos núcleos e do treinamento de alto rendimento.

Em se tratando de futebol, a valorização das categorias de base dos
clubes, é de primordial importância, não só para revelar novos talentos para o

Brasil, mas também para atuarem como pacificadores sociais nas comunidades
que atuam.

O futebol tem forte presença no imaginário nacional, e praticamente
todas as crianças sonham em ser jogador de futebol e acompanham seus
ídolos com atenção. Portanto os atores deste esporte têm a responsabilidade
de procurar a melhoria constante de sua estrutura física, de seus profissionais
e principalmente se fazer presente na atuação perante a sociedade da qual são
parte integrante.

Neste diapasão, a Lei de Incentivo ao Esporte vem sendo a principal
fomentadora da melhoria na estrutura dos Clubes e na formação de equipes
de trabalho e manutenção de times de alto rendimento. Mas o escopo de
sua criação foi, sobretudo, priorizar as atividades esportivas como fator
de inclusão social, diminuição da paternidade e maternidade infantil e na
adolescência, retirada dessas do convívio nas ruas, onde a utilização de
drogas passa a ser o principal atrativo para quem não tem perspectiva de
futuro.

Por intermédio de projetos bem desenvolvidos e geridos, crianças terão
oportunidade de inclusão social através da prática esportiva, fazendo uma
descoberta do corpo em movimento, do prazer do jogo e das brincadeiras,
conhecendo direitos e deveres, terão a chance de sair das ruas e serem
educadas pelo esporte. E mesmo que um dia não cheguem a ser profissionais
de futebol, serão sabedores de seu papel na sociedade, qual seja, homens
responsáveis, que procurarão cumprir as suas obrigações graças à prática
supervisionada do esporte.

FERNANDO LUIS PEREIRA LIMA
Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Uberlândia
Ex Diretor de Categorias de Base e
Diretor da FiRsT Consultoria Esportiva Ltda.
fernandoluislima@hotmail.com

CARLOS ANTONIO BORGES RIZZA
Curso de Educação Física pela Unitri – Uberlândia
Especialização em Fisiologia do Exercício e Treinamento Desportivo
Diretor da FiRsT Consultoria Esportiva Ltda.
carlosrizza@hotmail.com

A mudança de paradigma no futebol

Ciencia, inteligência tática, interdisciplinariedade, são temas abordados neste curto vídeo. As falas do Prof. João Paulo Medina, Hélio Carraveta e na época o treinador do S.C. Internacional Carlos Alberto Parreira, demonstram que o projeto que o clube traçou naquele momento com estes profissionais, hoje dá frutos incomensuráveis.


Vale ver também: http://www.youtube.com/watch?v=dTIVFA74Rjg&feature=related

Entrevistas com o jornalista Andrew Jennings

Por indicação de um amigo, não poderíamos deixar de colocar estes vídeos em nosso blog. FIFA, COI, Havelange, doping, corrupção e cia... foram temas destas entrevistas. Expomos os vídeos de duas delas, e os links das outras. Não se surpreendam com o teor da entrevista. Agradecimentos ao nosso amigo Maneca pela indicação.



Aqui o link das demais entrevistas na ordem:
http://www.youtube.com/watch?v=amyDy81Yt8g (Vídeo 1)
http://www.youtube.com/watch?v=ZdQy2ZoW6nQ (Vídeo 2)
http://www.youtube.com/watch?v=pPhU3qUdJQM (Vídeo 3)
http://www.youtube.com/watch?v=DakULauq788 (Vídeo 4)
http://www.youtube.com/watch?v=kKPPcRYosm8 (Vídeo 7)
http://www.youtube.com/watch?v=ccaJyxelH4c (Vídeo 8)

Futebol e gestão profissional

Conversamos esta semana sobre algumas questões referentes aos caminhos que terão de percorrer os clubes considerados menores no futebol brasileiro, se pensarem em subsistirem como clubes de futebol. Os grandes clubes, pela capacidade de poderem contar com profissionais qualificados nas mais diversas áreas de conhecimento, estão muito à frente da grande maioria destes clubes menores.
No senso comum, futebol é resultado, mas construir a cada ano um projeto de futebol utilizando como referência apenas os resultados de campo,é uma falsa idéia que muitos clubes já se desfizeram.
Construir um projeto sólido de futebol passa por algumas ações que achamos importantes, principalmente para os clubes menores: - Captação de recursos (através de projetos de leis de incentivo ao esporte), - Capacitaçao de gestores (isto inclui a capacitação e formação continuada dos profissionais), e Planejamento Estratégico (planejamento com horizontes bem definidos pelas gestões administrativas em curto, médio e longo prazo). Junto a isto, três áreas são estratégicas: administrativa, categorias de base e o futebol profissional. No que tange a questão admistrativa, é importante salientar a política administrativa, as metas orçamentárias anuais, qualificação do quadro funcional, processo de gestão e a sistematização do planejamento estratégico. Nas categorias de base, é importante o projeto politico pedagógico de formação de atletas, a inter-relaçao com o futebol profissional, potencialização dos promissores talentos, intercambio com outros clubes, qualificação da vida desportiva dos jovens atletas. No futebol profissional destacamo a seleção criteriosa de escolha do perfil dos profissionais que comporão a comissão técnica, determinação clara da concepção de ciência do treinamento desportivo, construção de metodologias, organização de setores estratégicos e formação de equipes multdisciplinares, mas que sejam ao mesmo tempo interdisciplinares e transdisciplinares.
Estes são alguns pré-requisitos que entendemos como coerentes quando falamos em qualificação e modernização de gestão do futebol.

Deu vontade de voltar a ser brasileiro novamente


As últimas convocações e apresentações da seleção brasileira tiraram de uma certa forma, a vontade de torcer pelo Brasil. O que vimos em campo na Africa do Sul, não era o futebol que os brasileiros tanto se orgulhavam de apresentar ao mundo. Um futebol previsivel, burocrático, racional e cúmplice dos ditames dos grandes investidores internacionais, foi o retrato da seleção brasileira nesta copa.

Se a "era Dunga" se encerrou como a era do futebol colonizado, esvaziado em si próprio, a nova seleção traz novos ares ao futebol brasileiro. Preenchida de alegria e de um futebol atrevido, foi a apresentação da seleção brasileira em seu primeiro amistoso sob o comando de Mano Menezes. Mano em uma de suas primeiras entrevistas, declarou que a seleção tinha que voltar a ser "do Brasil". Precisavamos nesta nova "era", resgatar a identidade do futebol brasileiro com seu povo.

Na última convocação tivemos um selecionado que o país conhecia de forma mais proxima apenas pelo sistema pay-per-view de canais, pois dos 23 jogadores convocados apenas 3 jogavam o campeonato brasileiro. A vitoria sobre os EUA, não foi somente mais uma vitória brasileira em amistoso internacional, mas quem sabe o resgate de um futebol genuíno.

Uma outra concepção de futebol

A entrevista do Professor Elio Carraveta do Sport Club Internacional, demonstra com clareza uma outra concepção de Planejamento Desportivo no futebol. Vale  conferir sua entrevista.
http://www.universidadedofutebol.com.br/2010/06/4,10733,ELIO+CARRAVETTA.aspx